São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994
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Em 1 minuto, quatro carros capotam no Aeroporto

VINICIUS TORRES FREIRE
DA REPORTAGEM LOCAL

No início da madrugada de ontem, à 0h05, quatro carros capotaram na curva do viaduto João Aguiar (zona sul), próximo ao Aeroporto de Congonhas. Os acidentes aconteceram em sequência, no espaço de um minuto, mas não tiveram relação entre si.
Os carros derrapavam no mesmo ponto da entrada da curva, batiam no muro do canteiro central e rolavam por cerca de 50 metros na pista do viaduto que passa sobre a avenida Bandeirantes. Dos seis ocupantes dos veículos, um foi internado no Pronto Socorro do Jabaquara, onde permanecia até a noite de ontem. Os demais sofreram só arranhões. Destes, três usavam cinto de segurança.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, a pista impregnada de óleo teria provocado os acidentes. "Quando entrei na curva e freei, o carro deslizou e bati no muro. Só pode ter sido óleo na pista", disse o operador de computadores Sérgio Luís Duarte, o primeiro a capotar com seu Escort BHJ 6631. Duarte ia para o trabalho, usava cinto de segurança e disse estar a 80 km/h.
O motorista de táxi Luiz Antônio Campos Borges, que dirigia seu Opala à frente do Escort de Duarte e socorreu as vítimas, disse que não havia outro carro próximo no momento do primeiro acidente: "Ele vinha atrás de mim, devagar, e de repente virou".
O viaduto João Julião da Costa Aguiar liga a avenida Moreira Guimarães (em frente à TV Record) e Washington Luís (no final da pista do aeroporto de Congonhas). Os capotamentos ocorreram na pista centro-bairro, que está lisa e impregnada de óleo. O viaduto foi fechado entre 0h15 e 3h40. O trânsito foi desviado para avenida Bandeirantes.
O Uno BGV 4474 das irmãs Ana Paula e Mônica de Paiva Bezerra foi o segundo carro a capotar. As duas voltavam da universidade (USP e PUC). Ana Paula disse que, quando freou na curva, o carro ficou sem controle e deslizou. Logo em seguida viraram o Uno SZ 2283, dirigido por Marcelo Nascimento, que foi hospitalizado, e o Gol BSS 4930 do comerciante Joaquim Alves Teixeira, 60. O colega de Nascimento, Marco Antonio Pietro Silva, saiu ileso.
A responsabilidade pela conservação de ruas é das Administrações Regionais. Segundo Roberto Abdalla, da Administração Regional de Vila Mariana, a pista do viaduto havia sido limpa com areia e água no último sábado. "Mas o calor faz com que o óleo derramado por ônibus e caminhões impregne o asfalto, que fica recoberto por uma 'gelatina' na qual o carros derrapam", disse.
Abdalla afirmou também que o problema não pode ser detectado diariamente em todas as ruas sob sua responsabilidade e que os motoristas devem informar aos núcleos de atendimento ao público os problemas nas ruas da cidade. O telefone da Secretaria das Administrações Regionais é 825-2836.

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