São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994 |
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Brasil pratica crime diariamente
VICTOR AGOSTINHO
Para Paulo Sérgio Pinheiro, diretor do núcleo, em todo lichamento existe um roteiro que se repete: cadeia fraca, efetivo policial insuficiente e figuras de autoridade incitando a população à violência. Na definição de Pinheiro, as "figuras de autoridade" geralmente são comerciantes, policiais fora de serviço ou parentes da vítima que teria sido agredida pela pessoa que está sendo alvo de linchamento. "A responsabilidade em todos os casos registrados é da polícia e do Ministério Público, nunca da população. Os delegados não conseguem ou não querem identificar os responsáveis. O Ministério Público também não toma atitudes para acabar com a impunidade dos linchadores. A impunidade favorece o linchamento", diz Pinheiro. Para o Núcleo de Estudos sobre a Violência, a presença da TV durante um linchamento não aumenta a predisposição dos linchadores. "O único caso talvez tenha sido o de Matupá, quando o cinegrafista foi convidado a registrar a cena", segundo Pinheiro. Texto Anterior: Massacre em Matupá chocou país Próximo Texto: Três são linchados na frente da TV Índice |
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