São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994
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Centrais organizam protesto contra plano

DA REPORTAGEM LOCAL

Petroleiros e servidores públicos federais devem parar por 24 horas hoje, durante o "Dia Nacional de Greves, Manifestações e Atos Públicos", organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores). As demais categorias planejam manifestações ou greves parciais de até duas ou três horas.
Gilmar Carneiro, da Executiva Nacional da CUT (2.300 sindicatos e 17 milhões de trabalhadores), disse ontem em São Paulo que os petroleiros vão parar em todo o país, menos no Rio Grande do Norte. A adesão dos servidores federais também será grande, principalmente em Brasília e no Rio. "As 50 universidades federais vão parar", afirmou.
O dirigente da CUT estima que cerca de 25 milhões de trabalhadores em todo o país devem participar de alguma forma das manifestações contra as perdas salariais que, segundo as centrais sindicais, estão sendo provocadas pelo plano econômico do governo.
Em São Paulo, as centrais promovem a partir das 15h uma carreata que sai do Centro Cultural, no bairro do Paraíso, atravessa a avenida Paulista e vai até o centro da cidade. A partir das 17h começa, na avenida Paulista, manifestação convocada pelos estudantes. Pela manhã, os aposentados bancários realizam ato público, a partir das 9h, na praça Antonio Prado. Eles vão recolher alimentos para doar aos parlamentares que aumentaram seus salários.
Os funcionários do Banespa devem parar durante uma hora, das 12h30 às 13h30. Nos demais bancos, serão realizadas manifestações no interior das agências. A partir das 11h, o Sindicato dos Bancários promove uma passeata que começa na rua São Bento e percorre o centro bancário.
Metalúrgicos
No ABC, os metalúrgicos devem fazer paralisações de pelo menos duas horas. Às 7h da manhã, operários da Ford, Mercedes e Metal Leve fazem manifestação em frente à Mercedes. Às 9h, funcionários da Volks realizam manifestação e passeata na via Anchieta, o que deve, segundo previsão da CUT, provocar interrupção da rodovia. No período da tarde, passeatas devem ocorrer em Diadema e Santo André.
Os metalúrgicos de São Paulo, filiados à Força Sindical (978 sindicatos e 11,8 milhões de trabalhadores), promovem paralisações de 15 minutos a meia hora, em 92 empresas. Paulo Pereira da Silva, da Executiva da Força Sindical, calcula que 60.360 trabalhadores participarão do protesto.
José Canindé Pegado, presidente da CGT (1.491 sindicatos e 15 milhões de trabalhadores), disse que os rodoviários (transportadores de carga) ligados à central, pretendem "parar as estradas da Bahia e da Baixada Fluminense".

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