São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994 |
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Feminismo "soft" ganha com "Piano" de Campion
INÁCIO ARAUJO
No jogo de equilíbrio que orientou o Oscar deste ano, o feminismo "soft" sai triunfante. O prêmio de melhor roteiro original é um reconhecimento a Jane Campion, diretora neozelandesa que trabalha questões especificamente femininas, com sensibilidade feminina, sem fazer do rancor ou do proselitismo o centro de seu olhar. No caso de "O Piano", tudo gira em torno de um casamento arranjado e suas decorrências, mediado por dois fenômenos sonoros: a mudez da mulher –física e simbólica– e seu amor pelo piano). A jovem Anna Paquin foi a maior supresa da noite, numa categoria em que Winona Ryder era favorita. Holly Hunter, ao contrário, era quase uma barbada: ela toma conta de "O Piano", dominando a cena com uma desenvoltura digna de ganhadoras do Oscar: era um filme de atriz –tudo nele dependia muito da protagonista– e Holly não negou fogo. Não por acaso, sempre que focalizada transpirava ansiedade: dos três prêmios principais ganhos pelo filme, o seu é o único francamente incontestável.(IA) Texto Anterior: Deborah Kerr não domina a cena e Newman faz discurso burocrático Próximo Texto: Simplicidade e glamour dominam a festa Índice |
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