São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994
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Coréia do Sul põe forças em alerta

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Coréia do Sul colocou suas Forças Armadas em alerta e a Coréia do Norte disse que os EUA estão levando a península coreana a "uma situação de guerra". Washington disse que a situação é "crítica" e confirmou o envio de 48 baterias de mísseis Patriot para a Coréia do Sul, enquanto o regime comunista norte-coreano renovou sua ameaça denunciar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNPN). O Conselho de Segurança da ONU examina o problema amanhã.
A tensão cresceu na segunda-feira, quando Washington cancelou uma reunião com diplomatas norte-coreanos. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, da ONU) acabava de divulgar relatório sobre o fracasso de uma nova tentativa de inspeção das instalações nucleares norte-coreanas, onde acredita-se que o regime de Pyongyang esteja produzindo armas nucleares.
A Coréia do Norte já havia ameaçado retirar-se do TNPN em março de 1992, mas voltou atrás sob pressão da ONU, dos EUA e da Coréia do Sul. Washington e Seul chegaram a cancelar a versão deste ano de suas manobras militares conjuntas "Team Spirit". Segunda-feira, porém, após receber o relatório da AIEA, o presidente norte-americano, Bill Clinton, confirmou os exercícios militares e o envio dos mísseis Patriot a Seul.
A rádio oficial de Pyongyang, monitorada pela BBC britânica, falou em "ameaça militar" e disse que "a ordem de Clinton de deslocar mísseis Patriot para a Coréia do Sul é uma ameaça grave para nós. Isso mostra claramente que os EUA estão levando a península a uma situação de guerra".
O secretário de Estado norte-americano, Warren Christopher, sugeriu a imposição de um embargo econômico a Pyongyang. A França, que exerce a presidência rotativa do Conselho de Segurança, confirmou que o órgão vai discutir o problema amanhã. Uma dúvida é quanto à posição da China, que assim como a ex-URSS combateu na Guerra da Coréia (1950-53) do lado norte-coreano e tem poder de veto no Conselho.
Sobre os Patriot, que são mísseis antimísseis, o Pentágono disse que eles serão instalados em torno de Seul (a apenas 48 km da fronteira norte-coreana). Os EUA têm 37 mil soldados na Coréia do Sul.

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