São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Candidatos do PMDB criticam Quércia

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A candidatura do ex-governador Orestes Quércia a presidente da República está consolidada no PMDB, mas não contará com o engajamento de candidatos a governos estaduais em vários Estados. Estas foram as conclusões do encontro de Quércia com 22 senadores do PMDB, anteontem à noite, em Brasília.
Quase a totalidade dos senadores apoiam Quércia, mas José Fogaça (RS), Garibaldi Alves (RN) e Antonio Mariz (PB) falaram das dificuldades da sua candidatura. Os dois últimos são candidatos aos governos de seus Estados. Fogaça defendeu os interesses e os objetivos eleitorais do deputado Antônio Britto (RS), pré-candidato ao governo gaúcho.
O diálogo entre Fogaça e Quércia chegou a ser tenso. O senador afirmou que Quércia não está trabalhando para unir o partido, mas colocando a sua candidatura como uma imposição. Sugeriu que o candidato conversasse mais com lideranças do partido.
"Conversei com o Jáder (Barbalho), com o Íris (Rezende) e com o Sarney. Perguntei se queriam ser candidatos. Como nenhum deles manifestou este desejo, mantive a minha candiadtura", explicou Quérica.
Fogaça reclamou do fato de Quércia estar fazendo constantes críticas ao governo Itamar, enquanto o partido apoio o governo. Quércia apresentou uma saída aos candidatos a governos estaduais que apóiam o governo: "Basta não federalizarem a disputa. Fiquem nas questões regionais."
Garibaldi também lembrou que a candidatura Quérica não une o PMDB. E acrescentou. "A sua candidatura apresentará dificuldades para composições no segundo turno e terá problemas no meio universitário". "Sei das dificuldades, mas vou tentar. Tenho garra", respondeu Quércia.
Menos agressivo, Mariz apenas apresentou a proposta de realização de uma consulta às bases partidárias. Ele tem esperanças de que surja um nome alternativo desta consulta.
"Eu disputo prévia, disputo a convenção. Não tem problema", disse Quércia, convicto da vitória em qualquer instância partidária.
Um momento constrangedor da reunião ocorreu quando o senador Divaldo Suruagy (AL) tentou explicar o motivo do abaixo-assinado que organizou em defesa da candidatura do governador Luiz Antonio Fleury (SP) ao Planalto.
"O abaixo-assinado buscava o consenso. Também considerávamos que a sua candidatura ao governo paulista era imbatível". Quércia nem respondeu.
Os senadores dissidentes consideram que a candidatura Quércia não terá o engajamento do partido no Rio Grando do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Norte e Paraíba. Mas todos admitiram que o grupo dissidente é insuficiente para barrar a candidatura do ex- governador paulista.

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