São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Peemedebista quer voto de Maluf

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pré-candidato do PMDB a presidente da República, Orestes Quércia acha que será o principal herdeiro dos votos de Paulo Maluf, caso o prefeito desista de disputar a sucessão presidencial pelo PPR.
Quércia tem de pesquisas que apontam nessa direção. Embora antigas, elas concluem que o eleitorado malufista não tem resistências em votar nele. Mas o contrário não ocorre.
Segundo essas pesquisas, o eleitorado do PMDB resiste em votar em Maluf. Os quercistas acreditam que, em caso de desistência do prefeito, Quércia poderá procurá-lo para algum tipo de entendimento.
Esse entendimento, segundo os quercistas, tem mais chance de ser informal –Maluf estimularia seu eleitorado a votar em Quércia, sem necessidade de aliança entre o PMDB e o PPR.
Os quercistas vêem esse tipo de acordo com muito otimisto. Para eles, os votos malufistas levariam Quércia a superar uma eventual candidatura de Fernando Henrique Cardoso e chegar ao segundo turno com chances de derrotar Lula.
Quércia e Maluf têm conversado sobre política. O último encontro ocorreu há 15 dias. O deputado Delfim Netto (PPR-SP) tem dito que os dois têm bases eleitorais semelhantes e deviam atuar juntos.
O governador paulista Luiz Antonio Fleury Filho também vê Maluf com simpatias. Há duas semanas, os dois tomaram café da manhã juntos e prometeram estar juntos no segundo turno da eleição presidencial.
Fleury anuncia às 12h de hoje, no Palácio dos Bandeirantes, que apóia a candidatura de Quércia. Para valorizar sua adesão, o governador trará prefeitos e vereadores para prestigiarem o ato.
Quércia aderiu anteontem ao boicote da revisão constitucional. Após reunião com líderes de partidos de esquerda, em Brasília, o pré-candidato do PMDB passou a defender a transferência dos trabalhos revisores para o Congresso que for eleito na próxima eleição.
O ex-governador vai orientar a bancada do PMDB para que apóie esssa proposta. Segundo ele, a proximidade da eleição dificulta atualmente os trabalhos revisores. Para ele, é importante que as teses de revisão constitucional sejam debatidas na próxima campanha eleitoral e recebam o aval dos eleitores.

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