São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Em Brasília, PM usa 4.600 policiais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Militar de Brasília superestimou a passeata contra o Plano FHC, ontem pela manhã. Um terço do contingente –4.600 homens– foi para a rua. De acordo com a própria PM, só havia 9.000 mil manifestantes –um policial para cada duas pessoas.
O prédio mais guarnecido era o do Ministério da Fazenda. Quase 500 soldados estavam no local, com bombas de gás lacrimogêneo e cães.
"Foi aquém do que nós esperávamos", disse o comandante da operação, coronel Francisco Cavalcante, para justificar o policiamento, o maior da cidade desde as manifestações pelo impeachment de Collor, em 1992.
Os soldados ocuparam inteiramente o percurso de dois quilômetros entre a catedral de Brasília e o Congresso, em ambos os lados da Esplanada. Apesar do policiamento ostensivo, houve apenas um conflito, logo controlado, entre um manifestante e um policial.
Paralisação
Mais de 15 mil servidores públicos –na avaliação do sindicato da categoria– participaram da paralisação contra o Plano FHC ontem pela manhã em Brasília. De acordo com o Sindisep (Sindicato dos Servidores Públicos Federais), 60% dos ministérios interromperam suas atividades."Precisamos de um reajuste salarial imediato de 107% para recuperar o poder de compra dos salários pagos em janeiro", disse Cláudio Santana, secretário de política sindical do Sindisep.A Petrobrás também aderiu à greve e ficou paralisada por 24 horas. Apenas 10% dos funcionários em todo Brasil trabalharam ontem.
"É apenas uma mostra do nosso repúdio à revisão e ao Plano FHC que instituiu a URV", disse Antônio Carlos Spis, coordenador da Federação Única dos Petroleiros.

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