São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Produtos para restaurantes sobem 60%

DA REPORTAGEM LOCAL

Os fornecedores de hotéis, restaurantes e bares aumentaram até 60% os preços dos seus produtos neste mês, na comparação com fevereiro, segundo levantamento feito pela Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares no Estado de São Paulo.
"Soubemos que alguns produtos tiveram preços majorados em até 300%, no período", afirma Nelson de Abreu Pinto, presidente da entidade. Segundo ele, os maiores reajustes foram dos derivados de leite e de carnes, hortifrutigranjeiros, bebidas destiladas e cereais.
Bares e restaurantes menores são os que sentem mais as altas de preços. Lourdes Nassif, uma das sócias do Barnaldo Lucrécia, informa que os preços dos produtos que mais usa no bar subiram mais que o dobro em uma semana.
Ela exemplifica: no dia 2 de março, pagou cerca de CR$ 1,8 mil por 3.000 folhas de toalhas para banheiro. No dia 9 de março, esse preço pulou para CR$ 4,9 mil. "Estamos correndo atrás das promoções dos supermercados para segurar os preços do nosso cardápio. Mas está muito difícil."
Abreu Pinto diz que a federação está levantando os preços dos produtos para tentar negociar em URV com os fornecedores. "Preços em URV nos dão muito mais segurança." O setor espera a definição das empresas de cartão de crédito e de vales refeição sobre como vão trabalhar em URV, diz.
O restaurante Rubaiyat está reajustando os preços em torno da inflação, informa Belarmino Iglesias Filho, diretor. Segundo ele, os aumentos foram da ordem de 38% em fevereiro. Devem ficar em torno disso também em março.
"Podemos acompanhar a inflação porque somos verticalizados. Temos produção de carne bovina, suína e de frango."
Iglesias Filho conta que os seus fornecedores cortaram prazos de pagamento neste mês de 30 dias para 20 dias, no máximo. Ele afirma que o Rubaiyat não "urvizou" os preços porque seus fornecedores continuam trabalhando com cruzeiros reais.
Para se precaver dos aumentos especulativos por parte dos fornecedores, o Almanara Restaurante adota a URV desde o dia 1.º do mês. O restaurante "urvizou" os preços das suas principais matérias-primas e do seu cardápio. "Fizemos cotação de preços no dia da estréia da URV. Agora negociamos em cima daqueles preços", afirma Douglas Coury, diretor.
Há alguma tolerância para mais ou para menos porque muitos produtos dependem de safra. Mas vamos trocar o fornecedor que abusar nos preços, diz. A estratégia do Almanara, conta Coury, é manter fixo os preços em URV e a cada 20 dias alterá-los em cruzeiros reais.
Eduardo Inácio, diretor do The Place, informa que não "urvizou" os preços do cardápio porque os seus fornecedores e as empresas de cartão de crédito ainda não trabalham com o novo indexador. (FF)

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