São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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CNBB quer criação de Ministério da Defesa e fim da Justiça Militar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O "programa de governo" da Igreja Católica, divulgado ontem pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), prevê a fusão dos ministérios militares em um único Ministério da Defesa controlado também pelo Congresso, e o fim da Justiça Militar.
Os militares passariam a ser julgados pela Justiça Comum. As propostas, que serão debatidas em julho com os candidatos à Presidência, foram avaliadas pelos bispos como "próximas à esquerda".
A CNBB critica a atual estrutura militar no documento, preparado com o auxílio de professores, sindicatos e militantes de partidos políticos.
Segundo os bispos, as Forças Armadas, "em várias ocasiões, se constituem em poder independente, e nestes momentos o aparato militar é tomado por uma posição de arbítrio e prepotência".
O programa da Igreja, intitulado "Brasil: Alternativas e Protagonistas", pretende ser uma "fonte inspiradora" para os próximos governantes e parlamentares, mas a CNBB refuta ligações com partidos ou candidatos.
"Nós nos sentimos à vontade para atuar politicamente", disse o responsável pelo projeto, d. Luiz Demétrio Valentini, bispo de Jales (SP). "É uma simplificação equivocada pensar que essa ação política é partidária ou eleitoral".
A reforma agrária seria feita com a repartição das terras começando pelos latifúndios, improdutivos ou não. As terras indígenas e de remanescentes de quilombos seriam demarcadas.
Sobre a dívida externa, a CNBB propõe uma auditoria pública "para esclarecer sua legitimidade.

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