São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Decidir sexo de bebê inquieta britânicos

Público apóia casal que usou método

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

A polêmica escolha do sexo dos bebês pelos pais ocupa há uma semana jornais, TVs e políticos britânicos, desde que Neil e Gilian Clark decidiram compartilhar com o público (através de um tablóide sensacionalista) a alegria pelo nascimento de Sophie May –após um tratamento de fertilização na clínica London Gender Clinic, por cerca de US$ 1.000.
A técnica usada não é nova. Conhecida como método Ericsson (veja quadro ao lado), foi divulgada na revista científica "Nature" em 1973.
Na clínica londrina, desde a abertura em janeiro de 1993, 150 mulheres se submeteram ao tratamento, das quais apenas 20 estão grávidas e seis tiveram bebês. Quatro eram do sexo desejado pelos pais.
Não foi a contestada eficiência do método que causou os maiores protestos, e sim as questões éticas e discriminatórias levantadas por ele. Há indícios disso nas estatísticas da clínica londrina: dois terços dos casais que a procuraram eram orientais que queriam ter filhos homens (discriminação comum em países asiáticos).
O público, entretanto, aceitou a escolha de uma menina pelo casal, que já tinha dois filhos homens.

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