São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994 |
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Cidade guarda 'selva' na Cantareira
LUIZ CARLOS DUARTE
São 9,5 km (ida e volta) pelas encostas da serra da Cantareira em meio a uma floreta da Mata Atlântica, com diversidade de espécies, muita sombra e densidade de vegetação nos três níveis (rasteira, arbustos e árvores). Mas há um problema sério. Depois de caminhar por quase duas horas , o visitante não encontra água potável no topo da Pedra Grande, apesar de o lugar contar com banheiros públicos. A solução é levar um cantil ou uma mochila com garrafas de plástico. Durante a caminhada, com alguma sorte, é possível cruzar com bichos, como bugios, jaguatiricas, quatis e esquilos. Sem contar as borboletas, pássaros e aves como gaviões e macucos. Ir à Pedra Grande é o passeio preferido, por exemplo, do governador Luiz Antonio Fleury Filho, que já elegeu o lugar como o mais belo da cidade. Outro frequentador assíduo é Michael Bryan, assessor comercial do consulado britânico.. É para lá que ele leva as visitas que recebe da Inglaterra. Sinto-me como se estivesse em uma selva, apenas a meia hora do centro. É muito lindo e bem-conservado", diz ele. A trilha fica dentro do Parque Estadual da Cantareira e é, na verdade, uma estrada, cujo asfalto, bastante deteriorado, é coberto pela vegetação em suas laterais. A Pedra Grande fica um pouco depois da metade da trilha, que termina no lago das carpas. Do topo da pedra, tem-se uma visão impressionante. Se o tempo estiver bom, sem nebulosidade, vê-se o recorte da Serra do Mar, no extremo sul da cidade. Dá para ver também as antenas de rádio e TV que se concentram no espigão da Paulista, o Memorial da América Latina, o pico do Jaraguá e a fachada de concreto azul e vermelha do Shopping Center Norte. Ali também funciona um pequeno museu, com amostras de madeira, cipós e pedras. O núcleo da Pedra Grande oferece ainda duas outras opções de trilhas: a da Bica e a das Figueiras, situadas na entrada do parque. Ambas são estreitas e de terra. Contam com sinalização, placas informativas sobre árvores e ciclos da natureza, além de bancos e lixeiras. O parque abre somente aos domingos, das 8h30 às 17h, e recebe uma média de 400 visitantes. Conta com playground, anfiteatro e bosque para piqueniques. Não é permitido o tráfego de veículos ou bicicletas. Não há estacionamento exclusivo. Os carros ficam nas ruas próximas. Também não há lanchonetes no interior do parque. Apesar de contar com guardas florestais, é sempre mais seguro andar em grupos e não se afastar da trilha. É proibido fumar, levar cachorro, bola, skate ou patins, aparelhos de som e fazer churrascos. Em dias de chuva o parque não funciona, por causa do risco da queda de árvores e também porque alguns trechos ficam muitos escorregadios. Texto Anterior: Parque se estende por 4 municípios Índice |
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