São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Poupança na segunda projeta ganho de 50%

DA REPORTAGEM LOCAL

As cadernetas de poupança abertas na próxima segunda-feira deverão render 50,15%. A alta dos juros elevou o rendimento da poupança e provocou um aumento da procura por esta aplicação.
Depois de fechar fevereiro com mais saques que depósitos, as cadernetas de poupança devem encerrar março com saldo positivo. Isto é, com volume maior de depósitos do que de retiradas.
O rendimento da poupança varia de um dia para outro por causa de dois motivos: taxas de juros e número de dias úteis entre o dia da aplicação e a data de vencimento.
O movimento dos juros, para cima ou para baixo, mexe com a poupança. É que a remuneração da caderneta é calculada pela TR (Taxa Referencial de Juros), mais juros fixos de 0,5%.
A TR é obtida pela média das taxas de juros dos CDBs praticadas pelos 30 maiores bancos do país durante três dias. A TR de hoje será a média dos juros dos CDBs de ontem, hoje e segunda-feira.
Uma poupança aberta hoje, dia 25, vai vencer no dia 25 de abril. Esta conta vai render a TR de hoje acrescida de juros fixos de 0,5%.
Ao compor os juros dos CDBs –que têm prazo médio de 30 dias–, os bancos levam em conta o número de dias úteis nesse período. Dia útil é aquele em que os bancos funcionam.
Quanto maior o número de dias úteis do CDB, maior será a sua taxa de juros. Como a TR reflete a média das taxas do CDB, o rendimento da poupança também oscila conforme o número de dias úteis.
As contas abertas hoje, por exemplo, projetam rendimento de 44%. De hoje até 25 de abril há 18 dias úteis. Já do dia 28 de março a 28 de abril, o número de dias úteis será 20 e a projeção de rendimento, de 50,15%.
Mas os juros dos CDBs também refletem as expectativas de inflação do governo e do mercado financeiro.
O governo começou a subir os juros a partir da segunda quinzena deste mês, depois de conhecer o resultado das primeiras pesquisas sobre a inflação de março.
Como os preços subiram nas duas primeiras semanas do mês acima do que o governo esperava, o Banco Central elevou sua projeção de inflação de 40% para 43%.
O governo quer manter os juros acima da inflação para impedir que o dinheiro saia das aplicações financeiras e vá para o consumo, o que seria mais um fator de alta da inflação.

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