São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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URV derruba valor dos aluguéis

PABLO PEREIRA
EDITOR DE IMÓVEIS

O preço dos aluguéis residenciais novos em São Paulo caiu em até 14% em URV (Unidade Real de Valor) nas últimas quatro semanas. Os apartamentos de três quartos puxam a redução em bairros como Moema (14,23%) e Perdizes (14,10%). O mercado registra ainda um aumento nos estoques de imóveis para alugar.
A queda nos preços foi detectada pelo estudo semanal do Datafolha, publicado aos domingos no caderno Imóveis. O Datafolha comparou os preços dos aluguéis em URV do último dia 18 com os valores convertidos no dia 18 de fevereiro. O estudo ouve semanalmente 50 imobiliárias em todas as regiões da cidade e pesquisa anúncios de locação em jornais. Desde o último dia 15, todos os contratos de aluguel devem ser expressos em URV.
Alugar um apartamento de três quartos em Moema (zona sul) custa hoje, em média, 1.344,3 URV. Em Perdizes (zona oeste), segundo o estudo, 620,8 URV. No bairro Jardins (zona sul), há queda de cerca de 12%, também para apartamentos de dois quartos.
O aluguel de um apartamento de três dormitórios nos Jardins custa em média 1.500,8 URV. O maior preço médio de aluguel em URV foi registrado em apartamentos de quatro dormitórios no Campo Belo (zona sul), 2.793,9 URV.
Oferta
As mudanças no mercado de aluguéis se refletem no aumento de ofertas. Segundo a Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios), a oferta saltou de cerca de 2.000 unidades para 3.500 unidades com a URV. Segundo o presidente da Aabic, José Roberto Graiche, a entidade ainda não detectou redução de preços.
Para Sérgio Lembi, vice-presidente do Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis), é muito cedo para se detectar uma queda nos preços, mas a retomada de oferta "deve reduzir os preços". Segundo Lembi, "ainda serão necessários dois ou três meses para se ter uma noção exata do mercado".
Para Antônia Barbosa da Costa, gerente da filial da Moóca da imobiliária Lello, ainda não há um levantamento conclusivo do mercado sobre os preços, mas já é possível detectar um aumento na oferta de cerca de 30% nas lojas da empresa. "O mercado ainda está um pouco confuso com relação aos preços, mas os proprietários estão recolocando os imóveis no mercado", afirma.

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