São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Seleção rende mais na direita e com Raí

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

As mudanças feitas pelo técnico Carlos Alberto Parreira no intervalo acertaram a defesa e estragaram a armação da seleção brasileira. O resultado foi um jogo mais feio no segundo tempo de Brasil 2 x Argentina 0, anteontem.
No primeiro tempo, a seleção manteve uma boa presença na armação e no ataque. Os meias Raí, na direita, e Zinho, na esquerda, organizavam as jogadas para os atacante Bebeto (direita) e Muller (esquerda).
Os meias só não rendiam mais porque só recebiam o apoio do lateral-direito Cafu. O lateral-esquerdo Branco e os volantes Mauro Silva e Dunga poucas vezes chegavam ao campo do adversário.
Raí pareceu estar recuperado da má fase que vive na França. Nos 45 minutos em que esteve em campo, segundo o Datafolha, sofreu seis faltas, deu três lançamentos (dois certos) e fez quatro desarmes (três completos).
No ataque, Muller (duas finalizações, uma certa outra na trave) fez duas de suas três melhores jogadas: o passe para o primeiro gol de Bebeto, aos 6min, e a finalização na trave.
Só a defesa, especificamente o setor esquerdo, destoava. Branco nem apoiava o ataque, nem parava o meia Garcia. Aos 3min, Garcia, 5 m atrás de Branco, foi lançado. Chegou 5 m à frente do lateral. O buraco na defesa fazia Ricardo Gomes (10% de erro em 10 passes) e Branco (24% de erro em 25 passes) cometerem faltas.
No intervalo, com Leonardo (3% de erro em 31 passes) e Mozer (0% de erro em 18 passes), a defesa se acertou. Sem espaço, o atacante Garcia foi jogar na esquerda, onde foi dominado por Cafu.
A entrada de Rivaldo no lugar de Raí, entretanto, desarrumou o meio-campo. Rivaldo e Zinho passaram a jogar na mesma faixa de campo, na meia-esquerda.
O desempenho de Rivaldo (24% de erro em passes, cinco bolas perdidas e zero de finalização) mostra que o jogador não rendeu. Além disso, Parreira inverteu Muller e Bebeto, fazendo despencar o rendimento do dois.
O erro só foi consertado no meio do segundo tempo. Mazinho substituiu Dunga e ocupou o buraco na meia-direita. Rivaldo recuou um pouco e Zinho foi para o meio.
O apoio de Mazinho fez Cafu voltar a apoiar o ataque. Durante o jogo, ele conquistou dois escanteios e perdeu doze bolas, a maioria no ataque.
No fim do jogo, Parreira fez entrar ainda o centroavante Ronaldo, que nas duas vezes em que pegou na bola sofreu faltas.

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