São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Grupo mineiro vai ganhar novos cargos

TALES FARIA; IVANIR JOSÉ BORTOT; INÁCIO MUZZI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O chamado grupo de Juiz de Fora, de auxiliares do presidente Itamar Franco vindos de Minas Gerais, deve ganhar novos "reforços" no governo federal na próxima semana.
O presidente disse a seus auxiliares que irá preencher apenas com nomes de sua "confiança pessoal" as pastas vagas pelos ministros que irão concorrer às próximas eleições.
O grupo de Juiz de Fora marcou a retomada de sua influência sobre Itamar na crise entre o presidente e o Judiciário e Legislativo.
O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, chegou a reclamar com outros ministros que, durante a crise, Itamar seguia conselhos dos militares e do presidente da Telerj, José de Castro.
Amigo íntimo do presidente e ex-advogado-geral da União, Castro é considerado hoje o principal membro do grupo mineiro.
Os ministros que integram o círculo de amizades de Itamar são: Maurício Corrêa (Justiça), Henrique Hargreaves (Casa Civil), Djalma Moraes (Comunicações) e Murílio Hingel (Educação).
O grupo é ainda formado pelo secretário-geral da Presidência, Mauro Durante, e o o embaixador em Portugal, José Aparecido.
Quem saiAté ontem à noite, apenas dois ministros haviam informado a Itamar que deixarão os cargos para concorrer às eleições: Fernando Henrique Cardoso (Fazenda), e Walter Barelli (Trabalho).
Para o lugar de FHC, o mais cotado é o embaixador Rubem Ricupero, que conta com o apoio entusiástico dos amigos de Itamar.
Ele já foi sondado por auxiliares de Itamar que, antes de defender seu nome, queriam saber se aceitaria. Ricupero já havia recusado uma vez o cargo, mas avisou que desta vez aceitaria.
A equipe econômica ainda tem esperanças de fazer do secretário-executivo de FHC, Clóvis Carvalho, o novo ministro. O presidente do Banco Central, Pedro Malan, que já foi o mais cotado, agora tornou-se a terceira opção.
Dificuldade
Itamar tem dito no Palácio do Planalto que a substituição "mais difícil" será a do ministro Trabalho. Ele ainda não teria encontrado um nome com "perfil semelhante" ao de Barelli.
O presidente não acredita na saída do ministro da Saúde, Henrique Santillo, e do ministro da Justiça, Maurício Corrêa. Santillo ainda não tratou com Itamar sobre o assunto de sua desincompatibilização.
Corrêa disse ao presidente que condiciona sua saída ao apoio do atual governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PP), à sua eventual candidatura ao governo local.

Colaboraram IVANIR JOSÉ BORTOT e INÁCIO MUZZI

LEIA MAIS
Sobre as candidaturas de FHC e Barelli às págs. 1-8 e 1-10

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