São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Integrante do esquema PC morre de infarto

DANIELA PINHEIRO
WILLIAM FRANÇA

DANIELA PINHEIRO; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empresário Luiz Calheiros Neto, 51, responsável pela arrecadação de recursos para campanha do ex-presidente Fernando Collor na Bahia, morreu de infarto ontem de madrugada na suíte 708 do Hotel Saint Paul, em Brasília, horas depois de depor à Polícia Federal em dois inquéritos sobre o esquema PC.
Ao final do depoimento, Calheiros saiu para jantar sozinho em um restaurante. De volta ao hotel à 1h, começou a passar mal. Uma equipe médica foi chamada e ainda tentou reanimá-lo com eletrochoques, sem sucesso. O corpo foi levado para Maceió (AL), onde vai ser velado pela família.
Calheiros estava hospedado no Saint Paul desde quarta-feira. Em seu depoimento sobre os casos Ceme e Rodonal aparentava estar muito tranquilo. Um perito do Ministério Público disse que Calheiros se defendeu das acusações de cobrança de propina e acusou empresários de o terem procurado espontaneamente para fazer doações de campanha.
A PF tinha marcado para ontem o depoimento do empresário Paulo César Farias nos mesmos inquéritos. A pedido de PC, a audiência foi transferida. "Ele está muito abalado. Os dois eram muito próximos", disse o deputado Augusto Farias, irmão de PC. PC determinou aos familiares que providenciem auxílio aos parentes de Calheiros.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal) confirma a morte por "infarto agudo do miocárdio por insuficiência cardíaca." Durante a necrópsia, os médicos resolveram coletar material para ser feito um exame toxicológico, que fica pronto em 15 dias.

Texto Anterior: Planalto elabora MP que anistia demitidos
Próximo Texto: 'A Tribuna' de Santos completa 100 anos hoje
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.