São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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PT poderá procurar aliança com Brizola

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente do PT, Rui Falcão, disse ontem que o partido deverá procurar o governador do Rio, Leonel Brizola, para apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
Falcão acredita que as críticas feitas por Brizola à CUT e ao próprio Lula não inviabilizam uma tentativa de aproximação.
O vice-presidente do PT entende que a candidatura de Brizola à Presidência não é definitiva.
A proposta de procurar Brizola será feita no próximo dia 5, em Brasília, quando representantes do PT, PSB, PC do B, PPS, PV, PSTU e PMN estarão reunidos para discutir o lançamento de uma frente de apoio a Lula e a elaboração de um programa de governo comum a todos esses partidos.
"Crise fabricada"Em nota oficial divulgada na tarde de ontem, o PT afirma que a crise entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário "foi fabricada".
Segundo a nota assinada pela Executiva Nacional do partido, a crise foi criada para "recuperar o prestígio perdido" do presidente Itamar Franco e "desviar a atenção" dos problemas suscitados pelo plano econômico do ministro Fernando Henrique Cardoso.
À noite, o ministro Fernando Henrique Cardoso disse que a "idéia de que alguém fabrique a crise é uma idéia antiga e conspiratória". Segundo o ministro as críticas do PT são "críticas eleitoreiras".
A nota do PT também levanta suspeitas sobre as negociações que FHC tem feito com o FMI. "A negociação do pagamento da dívida externa com os banqueiros e o FMI é feita em estranhas condições", diz a nota. "Há reserva de sigilo, cujo custo eleva o próprio valor da dívida", afirma o documento.
Na nota, o PT afirma que para superar o impasse criado em torno dos salários dos servidores públicos não é preciso "igualar o arrocho para todos, mas recuperar as perdas de todos, tanto no setor público como no setor privado".
Moral
Lula disse ontem em Cajazeiras (PB) que o ex-governador Orestes Quércia "não tem moral" para acusar o PT de defender as elites.
"Quércia não tem moral para dizer isso. Ele é um candidato que tem um boletim de ocorrências muito grande na polícia", afirmou Lula.

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