São Paulo, sábado, 26 de março de 1994 |
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Maluf diz que candidatura é 'irreversível'
CARLOS EDUARDO ALVES
Pouco antes, Maluf afirmara não acreditar que algum fato novo pudesse fazê-lo mudar da intenção de "colaborar com o país, com a minha experiência, como presidente da República". Apesar das declarações do prefeito, o PPR ainda não tem como certa a candidatura de Maluf. Permanecem as pressões de amigos, assessores e empresários contra a saída da prefeitura. As avaliações variam desde a dificuldade para obter coligações e recursos para a campanha até o temor de desgaste pela quebra da promessa de permenecer na Prefeitura paulistana até o final do mandato. O círculo mais próximo a Maluf está convencido de que o prefeito vai tentar viabilizar sua candidatura até o último dia do prazo legal para deixar o cargo, caso queira disputar a eleição. O prazo esgota-se no próximo sábado. Na sequência, os aplausos foram menores quando abriu a perspectiva de concorrer à Presidência. "Respeito o ponto de vista de vocês, mas às vezes a gente enxerga um pouco mais para a frente", declarou. Para animar a platéia, Maluf disse que seria uma "catástrofe" a hipótese de o país ser governado pelo PT. "A prova de que estou inclinado a ir para a luta e ser candidato é que não tenho meu rabo preso com ninguém", disse. Depois de criticar as administrações federais da última década e cutucar o ministro Fernando Henrique Cardoso ao falar com ironia sobre a "inflação contida em 45%", Maluf voltou a atacar o PT. "Não vou para o purgatório com o pecado da covardia. Não tenho medo de enfrentar esses indivíduos". Maluf espera que FHC, hoje o grande obstáculo ao seu plano de disputar o segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva, não consiga abrigar em sua campanha PFL, PP e PTB, parceiros que também corteja. Se um só desses partidos se dispuser a apoiá-lo, a candidatura será uma certeza. O prefeito poderia se encontrar ontem à noite com Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL. Não tinha muitas esperanças sobre o resultado da conversa, já que sabe da preferência dos pefelistas por uma coligação com o PSDB. Um dos argumentos que Maluf tem utilizado aos interlocutores que apostam ser FHC o anti-Lula é a suposta pouca vontade do ministro na hora de disputar votos. No jargão malufista, FHC é "ruim de campanha". A candidatura ao Senado do empresário Jorge Yunes, presidente do PPR paulista, foi lançada ontem por Maluf. Texto Anterior: Ciro ataca ex-governador Próximo Texto: PMDB lança ator ao governo do Rio Índice |
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