São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Presidente rebate críticas de Magalhães

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Hélio Dias de Moura, reagiu às críticas feitas pelo conservador-chefe Fábio Magalhães, que anteontem pediu demissão. "Tudo que ele falou é uma inverdade", declarou ontem.
Moura disse que é falsa a acusação de Magalhães de que o museu vem apenas gastando dinheiro, sem conseguir recursos. Magalhães afirmou que a reserva que o Masp mantém em conta nos EUA foi consumida quase pela metade.
O diretor-tesoureiro do museu, Antonio de Franceschi, disse à Folha que, dos US$ 540 mil que estavam em Nova York, US$ 200 mil foram trazidos para o Brasil e aplicados aqui "porque lá não estão rendendo bem". Desses US$ 200 mil, segundo Franceschi, US$ 50 mil foram gastos –no conserto do ar-condicionado.
Moura quis ressaltar que essa conta "não constitui um fundo de reserva, mas é uma quantia de que o Masp pode dispor a qualquer instante, tendo a preocupação de repor o utilizado". Moura diz que pretende conseguir recursos para o museu com a instalação do painel ao lado do Masp por uma empresa coreana e com uma campanha para atrair patrocinadores.
Sobre as queixas de Magalhães de que Moura estaria "burocratizando" o museu, o presidente afirmou: "Estou há apenas um mês e meio no museu, é natural que queira primeiro verificar como anda o funcionamento administrativo". O conservador-adjunto do Masp, Luís Osaka, assumirá interinamente o lugar de Magalhães, até que se defina o sucessor.
Enquanto Moura dava entrevistas à imprensa, um grupo de personalidades do meio cultural preparava um abaixo-assinado pedindo a permanência de Magalhães no cargo. "Durante quatro anos, Fábio Magalhães atuou com integridade, competência e modernidade à frente do Masp", diz o texto assinado, entre outros, pelo vereador Marcos Mendonça, pela marchand Raquel Arnaud, pela produtora Ruth Escobar e pelos artistas Antonio Lizárraga, Amélia Toledo, Claudio Tozzi, Thomaz e Arcangelo Ianelli e Ivald Granato.
Os signatários pretendem se reunir com o conselho e a diretoria do Masp na segunda-feira, para que seja revista a demissão.

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