São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Clark vende filial na Bolsa de Nova York

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma operação inédita de compra de empresas está sendo colocada em prática para a mudança do controle acionário da Clark do Brasil, a maior fabricante de câmbio para automóvel na América Latina.
A matriz Clark Equipment Company está vendendo sua unidade brasileira, reponsável por um faturamento de US$ 180 milhões em 93, na Bolsa de Valores de Nova York.
Para isso, já foi registrada declaração na Securities and Exchange Commission, órgão que normatiza a atuação das bolsas nos Estados Unidos, para uma oferta pública de ações ordinárias.
As ações deverão ir a pregão nos próximos 40 dias, a preço estimado a US$ 17,00 por unidade.
Esse foi o modo encontrado pela matriz norte-americana para passar adiante sua empresa sem que a estrutura e a linha de trabalho desenvolvida aqui fosse modificada.
Os acionistas que se interessarem pela Clark ficarão apenas como sócios-capitalistas. Eles receberão os lucros como investidores, sem interferir nas operações do dia-a-dia da empresa.
Uma comissão de cinco executivos norte-americanos, encabeçada pelo brasileiro Francisco Edmir Bertolaccini, presidente do grupo no Brasil, foi nomeada pela matriz para conduzir a venda de sua filial.
A transação está sendo intermediada por três instituições financeiras: o First Boston, a White & Case e a Mayer-Browne.
"Sempre desenvolvemos nossos próprios produtos e fomos muito independentes em relação à matriz. Por isso mesmo, era difícil conseguirmos recursos para novos investimentos", explica Bertolaccini.
Segundo Bertolaccini, há tempos a matriz pretendia se desfazer de sua unidade brasileira. "Eles viviam em sobressalto com a instabilidade econômica", afirma.
No mundo todo, a Clark Equipement Company fatura US$ 900 milhões. Ela está mais presente na produção de tratores utilitários, ao contrário de sua filial no Brasil, que se especializou na produção de transmissões.
A possibilidade de a empresa vir a ser vendida em bolsas do Brasil foi descartada, segundo Bertolaccini, pelo fato de o mercado de ações estar mais valorizado aqui.

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