São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Bienal da Dança de Lyon tem convidados brasileiros

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LYON

A Bienal da Dança de Lyon, um dos eventos mais tradicionais da Europa, terá duas atrações brasileiras na programação deste ano: o Grupo Corpo e o Balé Folclórico da Bahia. É a primeira vez que o Brasil participa da Bienal, que realizará sua sexta edição no período de 13 a 29 de setembro de 1994.
Guy Darmet, diretor da Bienal e da Maison de la Danse de Lyon, lamenta não poder apresentar mais grupos brasileiros neste ano. "A decisão ainda não está tomada, mas tenho planos de eleger o Brasil como tema da Bienal de 96." Desde a primeira edição, exploramos da forma mais abrangente possível os temas escolhidos.
Depois de apresentar temas como "Uma História Americana, Um Século de Dança nos EUA", "Quatro Séculos de Dança na França" e "Nascimento e Desenvolvimento da Dança Moderna no Mundo", a Bienal enfocará este ano as raízes africanas da dança. Com o nome de "Mama África - da África ao Harlem", traçará o percurso em direção à América.
No entanto, Guy Darmet afirma que continua apaixonado pelo que viu no Brasil, durante as duas viagens que fez ao país no ano passado. "Conheci os bastidores do Carnaval e também me impressionei com os jovens talentos da dança contemporânea, que sobrevivem com muita dificuldade", ele comenta citando Lia Rodrigues, coreógrafa paulista que mora no Rio de Janeiro, como um dos "valores notáveis" que conheceu.
Um dos eventos mais importantes da Bienal deste ano será a estréia mundial de "Still Here", espetáculo de longa duração, sobre o tema da Aids, que está sendo feito pelo coreógrafo Bill T. Jones. "A Bienal também tem o papel de reparar certas injustiças", explica Darmet. "Em 1992 o tema foi a Espanha. Convidamos oito jovens criadores que trabalhavam sem qualquer apoio do governo espanhol. Depois da participação na Bienal, esses artistas conseguiram co-produtores para seus espetáculos e já realizaram inúmeras apresentações pela Europa."
Em 96, Guy Darmet espera oferecer apoio aos coreógrafos e bailarinos que viu pelo Brasil. "Não só àqueles que pesquisam uma linguagem contemporânea mas também os grupos populares formidáveis que encontrei em lugares como Recife. Conheci artistas que, apesar das dificuldades, trabalham com energia e paixão únicas."

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