São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Ricos dão garantia para o México

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma linha de crédito de emergência de US$ 6 bilhões dos EUA e a notícia de que o México tornou-se o primeiro membro latino-americano da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o clube dos países mais industrializados) ajudaram ontem a acalmar o país abalado pelo assassinato do candidato oficial à Presidência.
A vida voltou ao normal depois do luto decretado na quinta-feira, mas o clima de incerteza prevalecia, faltando apenas cinco meses para as eleições presidenciais. O assassinato na quarta-feira de Luis Donaldo Colosio, 44, jogou o México na pior crise política desde os anos 20.
Menos de 24 horas depois da morte de Colosio, o presidente Bill Clinton renovou o apoio dos EUA ao parceiro do Nafta (o acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá). Na noite de quinta-feira, o secretário do Tesouro, Lloyd Bentsen, e o presidente do Fed (o banco central dos EUA), Alan Greenspan, anunciaram que o Tesouro e o Fed estavam colocando US$ 3 bilhões cada à disposição do México para apoiar a moeda mexicana, o peso, em caso de necessidade.
O esforço internacional para tranquilizar o país se traduziu ainda na inesperada aceitação do México como 25º integrante da OCDE. Ao fazer o anúncio numa reunião com empresários e dirigentes políticos e sindicais, o presidente do México, Carlos Salinas de Gortari, destacou que é a primeira filiação desde que a Nova Zelândia foi admitida em 1973.
A maioria dos analistas acha que o México não vai precisar recorrer à nova linha de crédito dos EUA. Claudio Brocado, diretor de mercados emergentes da Valores Finamex, banco mexicano de investimentos, comentou que o crédito é mais simbólico –sugere que a estabilidade do México ganhou importância internacional. "Os EUA, com seu imenso superávit comercial com o México, estão muito interessados em manter a estabilidade política no país."
Lawrence Goodman, vice-presidente do departamento de pesquisa da corretora Salomon Brothers, crê que o banco central do México provavelmente venderia dólares de suas reservas internacionais (estimadas em outubro passado em US$ 23 bilhões) se fosse preciso defender o peso.
Ontem, na reabertura do mercado mexicano, fechado na quinta-feira, a moeda caiu moderadamente, para ser negociada em 3,4 pesos por dólar. A Bolsa de Valores se recuperou parcialmente da queda de 4,13% na abertura e caía 1,54% na metade do pregão.

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