São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
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Gerente-facilitador mostra ferramentas

ANA ASTIZ
DA REDAÇÃO

"O que fazemos hoje deve ser determinado pelo futuro e não pelo passado. Essa abordagem antecipa quais habilidades serão necessárias para nossos recursos humanos nesse futuro." É assim que o norte-americano William Shephard, 34, resume o conteúdo de sua exposição a profissionais brasileiros no "4º Fórum de Criatividade Organizacional" que acontece em São Paulo no dia 29. Shephard, diretor de programas da Creative Education Foundation (CEF) de Buffalo, Nova York (nordeste dos EUA), está pela quarta vez no Brasil a convite do Ilace. A CEF é uma organização sem fins lucrativos que se dedica desde 1954 ao desenvolvimento e pesquisa da criatividade. Shephard será o "facilitador-líder" no fórum, cujo tema central é "Lidar com as Mudanças para Criar o Futuro Desejável".
Folha - Qual é o conceito de criatividade?
William Shephard - Nós acreditamos que, dados um conjunto de circunstâncias e alguma assistência, é possível desenvolver a capacidade de ser deliberadamente criativo. A criatividade pode ser obtida, treinada e é transferível, isto é, pode ser aplicada no trabalho, na vida social, na família. É importante que as pessoas sejam capazes de gerar várias soluções. A percepção de que essa técnica será necessária está aumentando. Não só para abordar um problema que já existe, mas para criar o futuro.
Folha - Qual a relação entre as mudanças nas empresas e a demanda por criatividade?
Shephard - As organizações vivem uma necessidade tremenda de mudança. Tudo isso requer a habilidade de gerar alternativas, de ser flexível, de ser original e de comunicar bem –quatro características das pessoas criativas.
Folha - Como é o ambiente criativo de trabalho?
Shephard - Precisa ser receptivo a mais de uma possibilidade. Também é importante que o tipo de informação oferecida aos indivíduos seja uma conversa, que permita fazer ajustes. Outro aspecto favorável é adiar o julgamento. Nas equipes, essa atitude cria a oportunidade para enriquecer, modificar e melhorar idéias.
Folha - Como fazer se nem todos estiverem receptivos?
Shephard - A realidade é que uma empresa não vai mudar porque mandou alguém para um curso. É importante que o indivíduo desenvolva seu próprio sistema de suporte.
Folha - Como se começa a incorporar a criatividade ao ambiente de trabalho?
Shephard - Muito precisa ser feito para ajudar os indivíduos a se sentirem parte dos processos de mudança. Uma das maneiras é que os gerentes desenvolvam uma abordagem facilitadora. O gerente diz: seja criativo. O gerente-facilitador diz: precisamos ser criativos, aqui estão algumas ferramentas, vamos trabalhar juntos e vamos chegar lá.(AA)

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