São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 1994
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O fim-de-semana foi uma glória tricolor

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Foi um fim-de-semana tricolor, que começou com a vitória do São Paulo por 4 a 1 sobre a Ferroviária, lá em Araraquara, no sábado, e terminou ontem à tarde, com o empate corintiano e a derrota palestrina.
Na verdade, até que o tricolor não fez tanto para merecer tão valioso presente. Afinal, jogou para o gasto contra uma Ferroviária um pouco assustada.
Desfalcado de Válber e Leonardo e perdendo Muller ainda no primeiro tempo, fora a expulsão de Guilherme, o tricolor foi naquela toada, tocando a bola e surpreendendo o inimigo, numa virada preguiçosa, pois a Ferroviária havia saído na frente.
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Já o Palmeiras, ontem, em Campinas, mergulhou mais fundo ainda na depressão que tomou conta do Parque Antarctica na última semana. Visivelmente sem pernas e pulmões e com os nervos abalados, não soube contornar a retranca montada pela Ponte, tampouco conter os sempre perigosos contragolpes do adversário.
Basta dizer que, com exceção do gol de pênalti, marcado por Evair, o Palestra não criou uma única chance digna de nota, ao longo de toda a partida.
A Ponte, porém, firme na defesa, onde sobressaía o futebol vigoroso do zagueiro Pedro Luís, saía fácil para o contra-ataque, fosse pela esquerda, com Branco, fosse em lançamentos longos para Mauricinho, pela direita, e Esquerdinha, pela esquerda.
Dessa forma, não só marcou dois gols como ainda meteu uma bola no travessão, em falta cobrada por Esquerdinha, e desperdiçou gol feito, com Monga embaixo dos três paus.
Com essa derrota, o acúmulo de jogos pela frente e a queda brutal de rendimento de jogadores essenciais para o esquema, como Zinho, Rincón e Edílson, a situação do Palmeiras, que ainda não é desesperadora, já passa a ser altamente preocupante.
É a chamada fase, que já pegou o Corinthians, no início da temporada, e o São Paulo, na semana retrasada. Para vencê-la, só um remédio: chá de camomila.
*
E o Santos, hein? Estava no fundo do poço, quando Pepe desistiu, deixando o abacaxi nas mãos do Serginho Chulapa. Tudo indicava que seria o tempo necessário de achar um treinador, desses com nome na praça.
Pois não é que o nosso Chulapa deu um jeito no time?
Vai ver que ele ameaçou tratar seus jogadores como tratava os beques e goleiros inimigos, quando era feroz artilheiro e contumaz colecionador de cartões vermelhos.
Ontem, mais uma vitória. E de três, com dois gols de Demétrio, o excelente centroavante que estava escondido há tempos no Botafogo de Ribeirão.
São coisas de Serginho.

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