São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994 |
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Aliança PFL-PSDB será só para o Planalto
CLÓVIS ROSSI Da Reportagem LocalO presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, telefonou ontem para o senador Espiridião Amin (SC), presidente nacional do PPR, para formalizar o apoio do PFL à candidatura Amin ao governo catarinense. Na prática, o telefonema significa limitar apenas ao plano nacional uma eventual coligação PSDB-PFL.Essa conclusão é inevitável quando se conhece o quadro sucessório em Santa Catarina. O PSDB já tem um candidato virtualmente lançado, o ex-senador Jaison Barreto, com o apoio, aliás, do PT. O PFL só tem candidato a senador, o governador Vilson Kleinubing. Se desejasse uma coligação com o PSDB que valesse também para os Estados, o PFL pelo menos aguardaria a formalização do acordo nacional com o PSDB, para só depois definir a sua posição no Estado. Preferiu, no entanto, antecipar-se e fechar o apoio a Amin. Esse sinal, por sua vez, libera o PSDB de São Paulo para discutir o candidato a vice de Mario Covas, sem esperar a eventual coligação com o PFL. Ontem, no hospital onde se recupera de uma erisipela, Covas discutiu o assunto com algumas lideranças peessedebistas, como o ex-governador Franco Montoro, o líder do partido na Câmara, José Serra, o prefeito de Campinas, José Roberto Magalhães Teixeira, e o presidente regional do PSDB, deputado Geraldo Alckmin. Não chegaram a uma conclusão porque Covas ponderou que, antes de definir o vice, seria preciso esperar para ver a forma que tomaria a eventual coligação com o PFL, se apenas para Presidência ou se para todos Estados. Covas, embora não tenha simpatia pela aliança com o PFL, repetiu ontem que essa é uma questão que cabe ao candidato presidencial do partido decidir e que ele não pretende criar dificuldades, seja qual for a decisão de Fernando Henrique Cardoso. De qualquer forma, o namoro do PSDB com o PFL cria uma situação no mínimo curiosa e reveladora da fragilidade ideológica dos partidos. Amin chega a dizer, com todas as letras: "O PFL seria a melhor coligação tanto para o PPR como para o PSDB". Ou, em outras palavras, o PFL serve tanto para Paulo Maluf, potencial candidato do PPR, como para FHC, virtual candidato do PSDB, embora os dois tendam a ser adversários na disputa presidencial. Ontem, aliás, Bornhausen aproveitou o telefonema para dizer a Amin que o PFL está mesmo mais propenso a aliar-se ao PSDB. Texto Anterior: Líderes ainda tentam barrar Quércia Próximo Texto: Ato inicia campanha do PDT em São Paulo Índice |
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