São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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Filmes que destróem livros

Se alguém tão prestigiado como Tom Wolfe teve seu elogiado romance "A Fogueira das Vaidades" destruído por Hollywood, já dá para calcular que as chances de um estreante como Peter Hedges se dar bem não eram grandes.
Exemplos como os de Bret Easton Ellis (que teve seu "Abaixo de Zero" dilacerado nas telas) e alguns até mais infelizes como "Um Caso Meio Incomum" (Slaves of New York, de Tama Janovitz), são de fato desestimulantes para um jovem escritor aspirante a roteirista em Los Angeles. Mas as ofertas dos estúdios falam mais alto (e mais caro) e a sedução das telas é incontornável.
No caso de "What's Eating Gilbert Grape", Peter Hedges pode até se considerar recompensado (artisticamente). Quem sabe não serve como um estímulo positivo a outros escritores estreantes tão facilmente seduzidos pelo cinema.
Dois dos exemplos mais recentes são Donna Tartt com "The Secret History" (best seller de 93 nos EUA que envolve estudos gregos e assassinato), a ser dirigido por Alan J. Pakula, e "Um Plano Simples", de Scott Smith. Infelizmente, nenhum desses trabalhos tem a sensibilidade da estréia de Peter Hedges, em "Gilbert Grape" (ainda sem tradução no Brasil).

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