São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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Perc-Pan termina em festa de rua com Olodum

HÉLIO GUIMARÃES
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

Terminou em Carnaval de rua. A apresentação do Olodum, anteontem à noite no largo do Pelourinho, encerrou a primeira edição do Perc-Pan - World Percussion Panorama.
Durante quatro dias, a capital brasileira da percussão tornou-se capital mundial dos tambores, abrigando mais de 120 músicos de nove países que trouxeram à cidade as mais variadas abordagens da percussão.
O evento, produzido por Beth Cayres, custou US$ 350 mil e teve patrocínio da Bahiatursa e da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Anteontem, na primeira apresentação do festival ao ar livre, no centro histórico de Salvador –as três apresentações anteriores aconteceram no Teatro Castro Alves– cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM dançaram diante do palco instalado em frente à Fundação Casa de Jorge Amado.
Com seus tambores poderosos, o Olodum não economizou hits para levar o público ao delírio. Com "Brasileirinho" e "Requebra" –o maior sucesso no último Carnaval-, o maestro Neguinho do Samba levantou a platéia previamente "esquentada" pela apresentação do Harmonites.
A banda de Antígua desenvolveu na apresentação de domingo o que já mostrara na noite de abertura do Perc-Pan. Os 22 integrantes da banda intrigaram o público tirando sons de teclados a partir de latas e tonéis de petróleo.
No final da apresentação, os músicos da banda caribenha homenagearam o público soteropolitano com uma versão do Hino de Nosso Senhor do Bonfim.
Antes do Harmonites, a banda militar inglesa The Queen's Lancashire Regiment fez uma exibição de precisão e sincronia devidamente paramentada com uniformes militares.
A abertura da noite ficou com a ala infantil do Olodum, que deu início ao show às 19h55.
Na noite de sábado, no Teatro Castro Alves, os coreanos do Samul Nori roubaram a noite. Com uma batida vigorosa e movimentos de leveza surpreendente, os coreanos fizeram uma das apresentações mais empolgantes e completas de todo o evento. O público aplaudiu de pé.
Os coreanos do Samul Nori representavam, junto com três grupos indianos, o braço asiático do festival, que também deu destaque à percussão afro-americana, representada pelos brasileiros da Timbalada e do Olodum e pelos Harmonites do Caribe.
Para o festival do ano que vem, marcado para abril, a direção musical de Naná Vasconcelos deve aumentar ainda mais a proporção de participantes.

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