São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994
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FHC oficializa candidatura

IVANIR JOSÉ BORTOT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Fernando Henrique Cardoso anunciou ontem pela primeira vez publicamente que é candidato à Presidência.
O anúncio foi feito durante uma cerimônia no gabinete do ministro, na qual o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, transmitiu "formalmente o apelo unânime do partido" para FHC deixar o ministério.
"Se esse é o caminho, se nós temos o rumo certo e o partido coloca em minhas mãos a bandeira da vitória, eu vou empunhá-la. Sinto que essa é a melhor maneira de concretizarmos o programa econômico", disse FHC. "Eu aceito o apelo do partido com humildade."
Na cerimônia, ficou claro que o mote da campanha de FHC será a continuidade, até as eleições, do plano de estabilização econômica e, se eleito, a retomada do crescimento econômico com promessas de aumento do número de empregos.
"O atual plano econômico não terá consistência caso se restrinja a quatro ou cinco meses", disse Jereissati na cerimônia, da qual participou toda a cúpula do PSDB.
FHC, que recebeu de Jereissati "carta branca" para negociar as alianças eleitorais, também deixou claro que tentará incluir o PFL na coligação.
"De minha parte, acho que o PFL é um partido democrático. Se cogitamos estar com o PT, por que não com o PFL? Não sou homem de preconceitos, sou homem de compromissos", comentou.
Após aceitar o "apelo" do PSDB, o ministro disse que iria comunicar sua disposição de deixar o cargo na reunião ministerial que teria logo depois no Palácio do Planalto. FHC disse que também conta com o apoio "fraterno" do presidente Itamar Franco.
"O programa econômico ao qual a imprensa deu o meu nome, não é meu, é também dele e do país. O presidente me apoiou em todos os momentos", afirmou.
Anteontem, FHC se reuniu com seu substituto, o atual ministro da Amazônia Legal e Meio Ambiente, Rubens Ricupero, e a equipe econômica.
Na reunião, segundo o secretário-geral do PSDB, Sérgio Motta, FHC disse aos seus assessores que havia fechado acordo com Itamar segundo o qual o plano econômico será "integralmente mantido".
Ricupero comunicou, segundo Motta, que não haverá "qualquer mudança" entre os membros da atual equipe.
FHC negou qualquer "estremecimento" com Itamar em função da escolha de Ricupero. "Eu queria que ele fosse o ministro. Já havia proposto seu nome quando o governo Itamar foi formado", disse.

Colaborou TALES FARIA

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