São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994 |
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PF indicia José Ermírio por sonegação fiscal
MÁRIO SIMAS FILHO
Trata-se do segundo indiciamento feito pela PF contra o empresário. O primeiro foi em novembro do ano passado, sob acusação de corrupção ativa. Ontem, a Folha tentou falar com José Ermírio. Às 15 horas sua secretária, Sandra, informou que ele estava fora da cidade e não poderia ser localizado. Em maio de 1990, a EPC –empresa de PC Farias– emitiu à Votorantim uma nota fiscal de Cr$ 1,3 bilhão, correspondente a serviços de assessoria fiscal. A perícia da PF concluiu que a nota era fria, pois os serviços não foram feitos. O problema é que em sua declaração de renda, a Votorantim usou a nota fria para justificar despesas e assim reduzir o lucro da empresa e o valor do imposto a pagar. Em julho do ano passado, a Receita Federal multou a Votorantim em Cr$ 90 milhões. A multa foi paga, mas a PF entende que o pagamento não elimina a punibilidade pelo crime contra a ordem tributária e no último dia 14 indiciou o empresário. Quando prestou depoimento em Brasília, no final de 1993, o empresário afirmou que desconhecia as negociações entre a EPC e o grupo Votarantim. Na época, ele afirmou que quem poderia explicar o recebimento da nota fria era o diretor financeiro da empresa, Mafau Kuzuhara. No início desse mês, Kuzuhara depôs na PF e afirmou que José Ermírio o autorizou a negociar com um emissário de PC Farias chamado Caio Ferraz. Texto Anterior: Maluf na parede Próximo Texto: 'BC autorizou a operação' Índice |
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