São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994![]() |
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Apego à democracia é produto do pós-64
JOÃO BATISTA NATALI
As controvérsias que o autoritarismo despertou envelheceram. Resta entre as heranças daquele regime a "necessidade de não nos esquecermos da experiência, de olharmos para frente, sempre apostando na democracia", disse outro participante do debate, o deputado José Genoino (PT-SP). "A democracia é um valor. Não se trata simplesmente de uma coisa instrumental", afirmou, também no campo das lições a serem tiradas, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. O quarto e último participante do debate, almirante Mário César Flores, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), afirmou que hoje os militares "torcem para que a democracia dê certo" e estão longe das condições que os levaram, há 30 anos, a intervir no quadro institucional. O debate, com o tema "A Herança do Regime Militar na Política Atual", reuniu protagonistas que atuaram em campos opostos durante o autoritarismo. FHC era professor titular de sociologia na USP e foi cassado. Partiu para o exílio no Chile, França, Estados Unidos e Inglaterra. Passarinho, em 64, era chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia e foi ministro do Trabalho e da Educação, governador do Pará e líder no Senado da Arena, o partido governista. Genoino foi militante do PC do B e cumpriu pena como prisioneiro político. Flores permaneceu, no período, como oficial da Marinha. O regime militar é objeto de consensos. Dois deles são as transformações econômicas que o país atravessou e a asfixia das liberdades num período de confronto radicalizado entre a esquerda e o establishment. "Mas já chegamos (ao debate) com uma visão de analisar as questões sem o ranço de resistências quanto às lições da história", disse Passarinho. Texto Anterior: Definições acentuam a vantagem de Lula Próximo Texto: Regime quase foi abreviado, diz Passarinho Índice |
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