São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994
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PRI anuncia reinício da campanha

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O candidato governista à Presidência do México, Ernesto Zedillo, anunciou ontem que vai começar a campanha eleitoral logo depois da Semana Santa. A eleição é em 21 de agosto.
Zedillo foi indicado anteontem pelo Partido Revolucionário Institucional para o lugar de Luis Donaldo Colosio, assassinado há uma semana depois de um comício em Tijuana, fronteira com os EUA.
Zedillo, considerado um candidato fraco, disse que assumirá pessoalmente a coordenação de sua campanha –cargo que exercia para Colosio.
Ele terá que lutar contra a imagem de tecnocrata e contra um aparente racha no partido que governa o México há 65 anos. Ontem membros do PRI criticaram o presidente, Carlos Salinas, pela escolha de Zedillo.
O PRI tem vencido eleições com cada vez menos votos. A votação de agosto deve ser a mais difícil para o governo, depois da aprovação de reformas eleitorais.
A crise de establidade agravada com o assassinato de Colosio deve ter consequências sobre o desempenho econômico do México, opinou ontem "The Wall Street Journal", um dos mais influentes jornais dos EUA, depois de consulta com cinco especialistas em mercado internacional.
Além da morte de Colosio, o México foi atingido no primeiro dia do ano pela revolta guerrilheira no Estado de Chiapas, exigindo reformas e fim das fraudes eleitorais.
Ontem, em Tuxtla Gutierrez, foi sequestrado o filho do presidente da Câmara de Comércio de Chiapas. Foi o oitavo sequestro desde janeiro no sudeste do país.
Esperava-se crescimento de 1% no próximo trimestre. Agora, os analistas calculam que o crescimento deva ficar entre 0,3% e 0,6%. Ontem, a Bolsa de Valores mexicana perdeu 65,13 pontos –queda de 2,65%.
O Partido Revolucionário Democrática (PRD, o maior da oposição), disse que a nomeação de Ernesto Zedillo como candidato do PRI é uma continuidade de práticas "antidemocráticas".
Para o escritor mexicano Carlos Fuentes, a indicação de Zedillo é "um ato lamentável, que mostra a persistência na tradição autoritária do México".
Fuentes se referia ao "dedazo", tradição de o presidente indicar o candidato do PRI.
Tranquilino Sanchez, o segundo acusado pela morte de Colosio, foi transferido ontem para o presídio de segurança máxima Almoloya de Juarez, próximo à Cidade do México (capital). Lá está preso Mario Aburto Martinez, que confessou a autoria do crime.

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