São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994 |
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Peça quarentona vira ponto turístico
ANTONIO CARLOS SEIDL
Em 1952, o ano em que "The Mousetrap" ("A Ratoeira"), de Agatha Christie (1891-1976), estreou no dia 25 de novembro no Ambassadors Theatre, em Londres, Churchill era o primeiro-ministro britânico, Truman o presidente dos Estados Unidos e Stálin o ditador da URSS. Desde então, o Reino Unido já teve nove primeiros-ministros, os EUA dez presidentes e a União Soviética acabou. "A Ratoeira" transformou-se em um ponto turístico de Londres, uma verdadeira instituição. Ir ao teatro St. Martin –a casa de "A Ratoeira" desde 1974– para assistir à peça é programa obrigatório de quem visita a cidade. Um fenômeno de longevidade no mundo artístico, a peça recordista desafia qualquer prognóstico sobre seu adeus ao West End, a área dos teatros. Peter Saunders, produtor desde o início, conta que certa vez Aghata Christie, perguntada se a peça era mantida em cartaz para quebrar recordes, respondeu em tom de perplexidade: "Quais são os recordes que há para quebrar?" A decisão de levar a peça para os palcos foi de Peter Saunders. A história, originalmente chamada "Three Blind Mice" ("Três Ratos Cegos"), foi concebida para uma apresentação no radioteatro da BBC em comemoração ao 80º aniversário da rainha Maria, em 1947. A peça já rendeu cerca de US$ 35 milhões, fora os direitos autorais recebidos dos 44 países que já a apresentaram, em 24 línguas. Hoje com 82 anos, Peter Saunders, que recebeu um título de nobreza da rainha Elizabeth em 1992, passando a chamar-se sir Peter, não gosta de falar sobre quando a peça sairá de cartaz. "Tenho certeza de que já não estarei mais aqui para testemunhar esse fato", disse à Folha. O guia semanal das artes e espetáculos de Londres, "Time Out", já desistiu de prever o fim da "atual" temporada de "A Ratoeira", anunciando que são aceitas reservas para "até o dia do Juízo Final". Após os aplausos, as audiências sempre encantadas com a trama recebem um pedido dos atores para jurar que jamais contarão a ninguém que a pessoa que cometeu o crime chama-se... "xdfqwhjfsuyx". O jornalista ANTONIO CARLOS SEIDL viajou a convite da British Airways e da British Tourist Authority. Texto Anterior: Peregrinos invadem Israel na Semana Santa Próximo Texto: Filme espera por fim da temporada Índice |
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