São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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Collor tenta interferir na eleição de Alagoas

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O ex-presidente Fernando Collor está em Alagoas com a missão de evitar que seu grupo político fique sem o governo do Estado, a última trincheira de poder dos colloridos.
O governador Geraldo Bulhões (PSC) tinha dúvidas –pelo menos até o início da noite de ontem–, se deixava ou não o cargo para ser candidato ao Senado.
Caso Bulhões decida sair do governo, os colloridos podem perder o governo. Isso porque o primeiro nome na sucessão, deputado Benedito de Lyra (PFL), presidente da Assembléia Legislativa, rompeu no início da semana com os aliados de Collor.
Lyra passou a apoiar a candidatura do senador Divaldo Suruagy (PMDB) ao governo. Para assumir o governo, Lyra teria como recompensa de Suruagy uma secretaria no possível futuro governo. Seria um prêmio pelo fato de ter que abandonar sua candidatura a deputado federal.
O acordo de Suruagy e Lyra, que foi divulgado pelos jornais locais, é negado pelos envolvidos.
"O Benedito de Lyra está se mostrando um fisiológico", afirmou Bulhões à Folha. Collor e Bulhões tentavam ontem um acordo para que Lyra não assumisse o governo.
O governador disse que amanhã sairá uma edição extra do "Diário Oficial" e que, caso deixe o cargo, só fará a transmissão se for para o presidente do TJ (Tribunal de Justiça), Hélio Cabral. Caso o presidente da Assembléia não assuma, o presidente do TJ é o substituto imediato.
Os colloridos ainda não anunciaram qual será o candidato do grupo que concorrerá ao governo de Alagoas. Bulhões sugeriu a Collor que o candidato fosse a mulher dele, Rosane. O ex-presidente descartou essa possibilidade.

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