São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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Tucanos que se bicam

Na semana passada preparou-se em Camaçari (BA) uma grande festa tucana. Visitava a cidade o provável candidato a governador pelo PSDB, Jutahy Júnior. Foi organizado um discurso do visitante a uma platéia de correligionários.
Juthay, ao microfone, fazia sua explanação quando sentiu um peso sobre o ombro direito. Em seguida, deu-se conta de que sua pele estava sendo espetada. De soslaio, percebeu uma grande sombra mexendo-se junto a seu rosto.
Fiel à lição de seu professor de oratória, conteve-se por alguns minutos. A custo, continuou falando. Mas o coração disparara e o suor já descia pelo rosto. Decidiu, por fim, olhar aquilo que pesava sobre seu ombro. Virou a cabeça para a direita e seu nariz, um tanto avantajado, bateu no duro bico de um tucano –o símbolo de seu partido.
O breve susto e o sorriso amarelo motivaram uma gargalhada da platéia. O candidato não perdeu a fleuma. Deixou-se fotografar como puleiro de tucano, mas não ousou mais olhar à direita. Temia, confessou depois, que o bicho confundisse seu nariz como um petisco.

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