São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Em Santa Catarina, duas situações opostas

SILVIA QUEVEDO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

A situação dos dois portos de Santa Catarina que serão privatizados é completamente oposta.
O de Laguna (a 120 km de Florianópolis), pequeno e operando em situação deficitária, está fechado como porto comercial desde 1966. O de Itajaí (a 98 km de Florianópolis) é o maior porto do país em carga frigorificada, basicamente frango congelado.
Depois de investir US$ 2,1 milhões em dragagem e US$ 600 mil em equipamentos, Itajaí acabou fechando o ano de 1993 com um superávit de US$ 1,5 milhão.
O porto de Itajaí vem crescendo 20% ao ano e adquirindo produtividade. Além de ser o maior do país na exportação de frango congelado, é o quarto em movimento de containers.
O porto emprega 108 funcionários e gera mais de 2.000 empregos indiretos na região do Vale do Itajaí.
O movimento de carga geral foi de 1,1 milhão de toneladas no ano passado e parte do lucro obtido foi investido em seu próprio aprimoramento.
O administrador dos dois portos catarinenses, Marcelo Werner Salles, 33, diz que vê "com bons olhos" a privatização, principalmente no caso de Laguna.
"O porto de Laguna poderia estar gerando uma riqueza incalculável. Vemos isso por Itajaí, que tem até um cinturão de agricultores. Eles trabalham hoje só para abastecer os navios", diz.
Segundo ele, no caso do porto de Itajaí, é possível agilizar ainda mais os processos administrativos. "Com isso podemos nos tornar mais competitivos. Acho que seria interessante."
Os sindicatos dos trabalhadores são contrários à privatização. Segundo Salles, o governo do Estado de Santa Catarina poderia ter encampado a proposta, "mas a classe política não se manifestou".

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