São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Santos prevê exportação recorde

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O porto de Santos (SP) projeta para este ano o maior volume de exportações de sua história. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal administradora do porto, prevê escoar em 94 um total de 32,5 milhões de toneladas de cargas em geral.
Em 93, a exportação de açúcar foi recorde nos cem anos de existência do porto. Até o final de dezembro, 1,2 milhão de toneladas de açúcar foram exportadas, significando um aumento de 13,8% em relação a 92, quando saíram por Santos 1,07 milhões de t do produto.
Para 94, é esperado novo aumento, devendo ser exportadas mais de 1,7 milhão de toneladas de açúcar. O maior porto do país não faz parte da fase inicial da privatização dos portos.
Em 94, três contratos idênticos aos feitos em 93 já foram assinados. A Copersucar estabeleceu a meta de exportar 1 milhão de toneladas de açúcar.
A Mark Rich Trade deve exportar 330 mil toneladas e um pool de empresas espera embarcar 400 mil toneladas. Caso cumpram as metas, as empresas receberão descontos proporcionais nas tarifas.
No corredor de exportação, que embarca prioritariamente grãos e farelos, o movimento em 93 foi o maior desde sua inauguração, em outubro de 73. Foram exportadas 1,9 milhão de toneladas de carga, sendo 1,17 milhão de soja em grão. Em 92, o corredor embarcou 1,5 milhão de toneladas.
Ao todo, segundo a Codesp, foram exportados em 93 cerca de 29,3 milhões de t de produtos. Em 92, o volume total de embarques foi de 28,4 milhões de toneladas –um aumento de 3% nas exportações brasileiras por Santos no ano passado.
Trabalham hoje no porto cerca de 9.000 estivadores, segundo o sindicato da categoria. Eles são os únicos que podem operar dentro dos navios o serviço de carga e descarga.
Para realizar esse serviço, o trabalhador precisa ser sindicalizado. As agências de navegação (representantes dos proprietários das mercadorias) solicitam trabalhadores ao sindicato para "estivar" a carga, ou seja, arrumar a carga no porão do navio. No desembarque (importação), o estivador recolhe a carga e a prepara para que seja retirada por guindastes.
O serviço no porto é oferecido aos estivadores em três horários: às 7h, às 13h e às 19h. Um diretor do sindicato recebe da agência de navegação as explicações sobre o trabalho e sobre o número de operários necessários.
Em locais previamente determinados, os estivadores se reúnem e ouvem a explicação do diretor sobre o trabalho. Os interessados levantam suas carteiras do sindicato, que são recolhidas pelo diretor. A escolha é aleatória.
O estivador recebe pela tonelada de carga movimentada. Os turnos diurnos de trabalho são de dez horas. À noite, o serviço começa às 19h e termina à 1h.
O pagamento é feito diretamente pelas agências de navegação, que depositam o dinheiro em uma agência bancária.

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