São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Incor consegue resolver parte do enigma químico em torno do lúpus

MARCELO LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisadores do Instituto do Coração de São Paulo conseguiram desvendar parte do mistério do lúpus.
As pessoas que sofrem desse mal correm risco cinco vezes maior de ter problemas cardíacos. O Setor de Lípides do Incor descobriu que eles também têm níveis anormais de um tipo de colesterol.
O nome completo dessa doença de causa desconhecida é complicado: lúpus eritematoso sistêmico (LES). Ele provém de lesões na pele que os antigos consideravam parecidas com mordidas de lobo.
Sua principal característica são inflamações em muitos órgãos diferentes, resultando em fadiga, febre, anemia, artrite, entre outros sintomas. Ataca 6 pessoas em 100.000, em especial mulheres.
A equipe coordenada pelo médico Raul Maranhão estudou 100 pessoas (34 com LES e 66 sãs).
Sua meta era comparar os níveis da lipoproteína (a), ou lp(a), uma "prima" do colesterol recentemente identificada como forte fator de risco para doença cardíaca.
Verificou-se que a lp(a) existia em quantidade bem maior no sangue dos que tinham LES.
Conseguiu-se mostrar também que a presença dessa gordura não parece resultar do processo inflamatório provocado pelo lúpus. Ou seja, é possível que o LES e a lp(a) tenham origem genética comum.
Segundo Maranhão, o próximo passo da pesquisa seria examinar parentes de portadores de LES, para ver se eles também têm níveis altos de lp(a).
O estudo será publicado em breve pela revista médica especializada "Journal of Rheumatology".

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