São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Cabo elétrico propicia câncer, sugere estudo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS E DA REDAÇÃO

Um novo estudo feito no Canadá reforça a hipótese de que campos magnéticos gerados por cabos elétricos de alta tensão podem gerar um risco maior de câncer.
Além do risco aumentado de desenvolver a leucemia (do tipo mielóide aguda), os trabalhadores também apresentaram indícios de um risco ligeiramente maior de um câncer no sistema nervoso, chamado de astrocitoma.
"Nosso estudo não traz uma resposta final à pessoa que se pergunta se todos os campos magnéticos estão vinculados ao câncer", disse Gilles Theriault, principal autor da pesquisa, que sai na revista "Journal of Epidemiology".
Ele e sua equipe fizeram questão de ressaltar que existem outros estudos detalhados que não confirmaram o efeito.
A pesquisa de Theriault levou 20 anos para ser concluída e envolveu mais de 220 mil trabalhadores de empresas de fornecimento de água e eletricidade.
Polêmica
A controvérsia a respeito do possível vínculo entre campos magnéticos gerados por cabos de alta tensão e câncer dura mais de 15 anos. Nos últimos dois anos, no entanto, ela passou a aparecer com maior frequência nas manchetes dos jornais.
Em outubro passado, um grupo de médicos do Registro Nacional do Câncer da Dinamarca investigou todas as crianças do país que tiveram câncer diagnosticado nas últimas duas décadas.
O estudo mostrou indícios de que crianças que moravam perto de cabos de alta tensão tinham risco aumentado para leucemia, tumores cerebrais e linfoma, os principais cânceres infantis.
Por outro lado, um estudo finlandês divulgado na mesma época não encontrou relação entre os campos magnéticos e câncer.
Outros dois estudos de grande porte, divulgados em 1992, também não acharam evidências conclusivas.

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