São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Mancha Verde critica "mercenários"

DA REPORTAGEM LOCAL

Mancha Verde critica 'mercenários'
Como anunciara seu presidente Paulo Serdan, a Mancha Verde, maior torcida organizada do Palmeiras, realizou ontem antes do jogo um protesto contra a má fase do time.
A manifestação foi composta de vários atos. Na entrada do estádio, foram distribuídos aos outros torcedores 6.000 panfletos, onde a Mancha afirma que no início da temporada alertou os dirigentes do Palmeiras sobre a necessidade da contratação de reforços para a campanha em três competições simultâneas (Campeonato Paulista, Taça Libertadores da América e Copa do Brasil).
Depois, já na arquibancada, a Mancha protestou deixando de levar suas faixas e bandeiras. Em vez disso, foram estendidas três outras faixas, com os dizeres: "Abaixo os mercenários", "Muito dinheiro, pouco futebol" e "Cadê o futebol? Sumiu".
Quando da entrada do time em campo, a Mancha Verde não gritou o nome dos jogadores (à exceção do goleiro Fernandez, que ontem substituiu Sérgio, e do reserva Amaral). Mas o hino do Palmeiras foi cantado, como de hábito. E os gols, devidamente comemorados.
Antes do começo do jogo, Paulo Serdan estava descrente do time. "Vamos ver se os jogadores tomam vergonha na cara. E se o Palmeiras der uma goleada, não fará mais do que sua obrigação."
Serdan afirmou que a Mancha Verde provavelmente não apoiaria o Palmeiras durante o jogo. "O silêncio às vezes é a melhor arma para protestar."
Apesar da insatisfação geral com os últimos resultados da equipe, nem todos os palmeirenses presentes ontem no Parque Antártica pediam a saída do técnico Wanderley Luxemburgo.
"Não tem que mudar o técnico", disse antes do jogo Joel Dall'Olio, 49. Para seu filho Humberto, 11, também Cléber e Rincón deveriam sair do time.
Para Heitor Miotto Júnior, 32, "a hora é de apoiar o time". Ele lembrou que, com os mesmos jogadores, o Palmeiras ganhou em 93 o Campeonato Paulista, o Campeonato Brasileiro e o torneio Rio-São Paulo. "É o melhor time do Brasil", afirmou.

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