São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Gravadora foi a 1ª independente

DA REDAÇÃO

Advogado formado, Marcus Pereira nunca exerceu a profissão, mas foi um dos mais importantes publicitários nas décadas de 50 e 60. A filosofia de criação em sua agência resumia-se numa frase pregada na sala de reuniões: "Tudo já foi pensado antes pelos outros, mas devemos tentar novamente. Assinado: Goethe". Mas a idéia de mapear o universo musical brasileiro foi a mais original obra de sua vida.
Antes de fechar sua agência de propaganda para abrir a gravadora, Pereira era sócio do compositor Carlos Paraná no bar O Jogral.
O local era o mais importante ponto de encontro da MPB nas décadas de 60 e 70, por onde passaram músicos do porte de Ben Jor, Luis Gonzaga, Martinho da Vila, e o americano Duke Ellington.
A partir de 1973, a Discos Marcus Pereira produziu um catálogo enfocando especificamente os nichos menos privilegiados da música brasileira. Sua gravadora foi a primeira no país a adotar uma política de produção alternativa, fora da indústria cultural e do mecenato estatal. Com isso, Pereira encontrava crescentes dificuldades em distribuir seus títulos no mercado.
Com a recessão de 1979, a situação financeira da empresa declinou rapidamente. Desiludido, Pereira acabou se suicidando em fevereiro de 1982 e sua obra ficou esquecida nos arquivos de seus credores.

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