São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994
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Exército da África do Sul impõe a lei marcial em Natal e KwaZulu

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Exército da África do Sul começou ontem a ocupar a Província de Natal e o território segregado de KwaZulu, no sudeste do país, em cumprimento ao estado de emergência que o presidente Frederik de Klerk decretou na quinta-feira para conter a violência política.
As autoridades mantêm em segredo o total de soldados mobilizados, mas o porta-voz do Exército, capitão Kim van Niekerk, disse que uma companhia de 150 homens deslocada do Estado Livre de Orange já está em Natal e outras duas deverão chegar amanhã.
É a quarta vez que a África do Sul entra em estado de emergência, no qual as forças de segurança podem prender pessoas sem acusação e revistar casas e indivíduos sem mandado judicial.
Nas ocasiões anteriores, porém, o objetivo era impedir manifestações dos negros contra o apartheid (regime de segregação racial). Desta vez a lei marcial visa evitar que novos incidentes violentos afetem as eleições multirraciais dos dias 26 a 28, nas quais pela primeira vez os negros terão direito de voto igual ao dos brancos.
Natal e KwaZulu são as regiões onde têm ocorrido os incidentes mais violentos, com mais de 300 mortes registradas desde fevereiro. KwaZulu é um dos dez territórios segregados para negros na época do apartheid que deverão desaparecer após as eleições.
Os líderes dos zulus, grupo tribal majoritário em Natal e KwaZulu, defendem a autonomia desses territórios para manterem o poder, o que parece cada vez mais improvável com a perspectiva de seu maior rival, o Congresso Nacional Africano liderado por Nelson Mandela, vencer as eleições.

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