São Paulo, domingo, 3 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Livro conta caso verídico

THAÍS OYAMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em "Favela Hig-Tech", livro-reportagem do jornalista Marco Lacerda, editado pela Scritta Editorial, a protagonista é uma garota brasileira que vai ao Japão na condição de dekassegui. Começa trabalhando na linha de montagens de uma fábrica de automóveis e termina na prostituição de luxo.
"Adriana", mestiça de uma pernambucana com um japonês, através desta atividade se envolve com a Yakuza, a máfia japonesa que, entre outras coisas, controla a maior parte da área de prostituição do Japão.
Nesse universo, a garota introduz também seu namorado, um norte-americano rico e como ela, ambicioso. Ele faz um juramento de fidelidade à Yakuza e passa a traficar cocaína para a máfia. Quando trai a organização, é morto por ela.
O livro é baseado em história verídica testemunhada por Lacerda, que era vizinho dos personagens principais quando os fatos ocorreram.
Em uma de suas passagens, Adriana, o namorado e duas amigas também prostitutas estão em uma festa patrocinada por um líder Yakuza. Em determinado momento, o mafioso explica o motivo do interesse da organização em recrutar mulheres brasileiras para a atividade: "Encantado, o poderoso chefão exaltava os laços históricos entre Brasil e Japão, sempre com uma mão no copo de uísque e a outra esfregando a bunda de uma das moças. 'As mulheres japonesa, como tudo nesse país, ficaram caras demais. Por isso temos que importar garotas de países pobres"'.

Texto Anterior: Jovem larga marido para trabalhar em 'karaokê'
Próximo Texto: Revistas 'vendem' brasileiras no Japão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.