São Paulo, domingo, 3 de abril de 1994
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Revolta 'tática' encerrou carreira

JOÃO MÁXIMO
DA SUCURSAL DO RIO

Quando o húngaro Dori Kruschner chegou à Gávea, ninguém no Flamengo ou no Brasil tinha ouvido falar em WM. Fausto não gostava de Kruschner. Muito menos do WM. Aos 32 anos, ainda era o melhor "center-half" do país. Tuberculoso, já não tinha o fôlego de antes. Mas sua colocação, sua visão de jogo, a precisão nos passes superavam tudo.
No dia em que Kruschner tentou convencer Fausto de que, no WM, o "center-half" era na verdade o zagueiro central, Fausto declarou guerra ao húngaro: jamais se sujeitaria a jogar de beque.
Fausto achava que todo negro era um pouco escravo dos cartolas –mais ainda quando o presidente do Flamengo o obrigou a jogar de beque. Nunca. Seu contrato foi suspenso e ele ficou um ano parado. Só voltaria se pedisse desculpas por carta. Três meses depois, morreu na miséria. (JM)

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