São Paulo, domingo, 3 de abril de 1994
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Havelange tem apoio de dirigente sul-americano

RICARDO SETYON
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE TÚNIS

Nunca como desta vez uma Copa África de Nações e o Congresso de Futebol Africano, que ocorre a cada dois anos, viram tantos personagens importantes do mundo do futebol reunidos.
A Tunísia não imaginava que tão cedo poderia recepcionar de uma só vez pessoas como o presidente da Fifa, João Havelange, o presidente da Uefa, Lennart Johansonn, o presidente da Federação Africana (CAF), Issa Hayaton, além de Joseph Blatter, Antonio Matarrese, Bobby Charlton, Arrigo Sacchi e Michel Platini.
Para muitos desses homens, a importância que o continente africano tem agora deve-se ao fato de que em 16 de junho serão realizadas as eleições para a presidência da Fifa. Para os que não sabem, a Confederação Africana tem, afiliadas a si, mais federações nacionais do que todas as outras associações continentais. São cerca de 50 votos, que certamente são atraentes para qualquer candidato, já que o número de votos para obter a vitória nas eleições é de 127.
Em Túnis também esteve presente Nicolas Leoz, atual presidente reeleito da Confederação Sul-Americana de Futebol. Eis abaixo trechos de uma entrevista exclusiva que Leoz concedeu à Folha.
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Folha - Até representantes da América do Sul vieram para este Congresso. Houve disputa de votos entre os delegados?
Leoz - A África tem um papel importante na próxima eleição para a presidência da Fifa. Não sei o que houve nos bastidores, mas tenho certeza de que os africanos reconhecem em Havelange o homem que deu apoio decisivo para que este continente se tornasse uma força do futebol mundial. Foi Havelange quem conseguiu elevar de dois para três o número de seleções africanas que participam da Copa do Mundo.
Folha - Quais seriam os outros candidatos, além de Havelange?
Leoz - Hoje não há nenhum candidato oficial além de Havelange. Mas nenhuma outra pessoa poderá ser levada muito a sério, caso lance sua candidatura. Que argumentos e que respeito poderá ter um candidato que até agora, a apenas alguns dias da data final para a apresentação das eventuais candidaturas, ainda não manifestou sua posição?
Folha - Portanto é difícil que haja um candidato ao nível de Havelange?
Leoz - Não acredito que haja um. No dia 16 de abril saberemos se o brasileiro será o único ou não. Os delegados das várias federações sabem o que Havelange fez pelo futebol. Ele é o candidato mais sério e mais preparado no momento. É importante frisar que, caso seja eleito, este será seu último mandato, pois ele já disse que deixará o futebol em 98.
Folha - Como está a luta dos votos atualmente?
Leoz - Havelange já conta com todos os votos da Federação Sul-Americana e também da Concacaf (entidade responsável pelas seleções da América do Norte, Central e de países do Caribe). São cerca de 50 votos oficiais. A África, a Ásia e a Oceania são uma incógnita, mas respeitam muito o brasileiro. Na Europa há muitas dúvidas, mas saberemos quem a Uefa apóia após o encontro que ela vai realizar em Barcelona.

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