São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994 |
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Movimento vai apoiar a candidatura Lula
AMÉRICO MARTINS
Segundo Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais da entidade, os sem-terra vão "entrar na campanha" e "fazer todo o possível" para eleger Lula. O programa de governo do PT propõe a realização de uma reforma agrária, mas não estabelece o número de famílias a serem assentadas. Mauro afirma que Lula tem mais conhecimento e sensibilidade para o problema do que os outros candidatos à Presidência. Ele reconhece que "seria ingenuidade" acreditar que o PT resolveria o problema fundiário do país em um mandato. Segundo o líder dos sem-terra, o fato do MST priorizar as invasões não vai atrapalhar a campanha de Lula. Na avaliação de Mauro, o candidato do PT deveria se identificar ainda mais com movimentos como o MST, visitando e fazendo campanha nas fazendas invadidas. Ele não teme que setores da classe média desistam de votar no PT por causa dos vínculos do partido com as invasões. Os sem-terra vão apresentar sua proposta de reforma agrária a todos os candidatos à Presidência. O programa foi aprovado pelo 7º Encontro Nacional do MST, realizado em dezembro, em Salvador. Na proposta, o MST "exige" o assentamento de pelo menos 500 mil famílias por ano. Segundo Mauro, esta meta é viável mesmo com as dificuldades financeiras do governo. Ele alega que é possível começar a fazer uma reforma agrária nos 250 milhões de hectares de terra pertencentes ao Estado. Os sem-terra pedem, entre outras coisas, a revisão de todas as concessões, doações e vendas de terras públicas feitas a partir de 62; expropriação de áreas griladas; e um limite máximo de área para as propriedades rurais. (AM) Texto Anterior: Sem-terra querem triplicar invasões este ano Próximo Texto: UDR vê táticas de guerrilha Índice |
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