São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994 |
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Livro narra "morte" de Paul
SÉRGIO MALBERGIER
"Tudo o que podemos dizer com certeza é que Paul McCartney ou está vivo ou está morto", declarou na época o apresentador da NBC John Chancelor. Em Londres, a gravadora dos Beatles, a Apple, recebia mil chamadas por dia de fãs desesperados. As lojas de disco vendiam a obra da banda dentro de uma caixa preta chamada "Caixa de Funeral de Paul McCartney". Segundo Reeve, o boato começou com a música "Saint Paul", produzida pelo americano Terry Knight em 69. Ela dizia que Paul estaria no céu. Em outubro de 69, o DJ de Detroit (norte dos EUA) Russ Gib teria recebido uma ligação anônima dizendo que Paul estava morto e pedindo para ele tocar a música "Revolution Nine" de trás para frente. Ao invés de "number nine, number nine", se ouvia "turn me on dead man" –algo como "me ligue, homem morto". Um ouvinte de Gibb, Adam LaBour, inventou os "detalhes" da morte de Paul num acidente de carro, a existência do sósia William Campbell e as dicas da morte nas capas e discos da banda (ver quadro nesta página) em um artigo para um jornal da Universidade de Michigan. O resto é boato que virou bola de neve. McCartney no começo não quis reagir. Os Beatles tinham acabado de gravar o álbum "Abbey Road" e ele tinha se casado com Linda Eastman. Pressionado, divulgou um comunicado dizendo que "se estivesse morto, eu seria o último a saber". Mas McCartney não quis aparecer em público e os fãs fizeram uma vigília na porta da sua casa. O boato só morreu quando McCartney se deixou fotografar com a família pela revista "Life" em sua fazenda Mull of Kintyre. Depois de considerável aumento nas vendas dos discos dos Beatles, nota Reeve. (Sérgio Malbergier) Texto Anterior: "Backbeat" revive mitologia dos Beatles Próximo Texto: Os vestígios da "morte" de McCartney Índice |
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