São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
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Petistas investem em coligações nos Estados

DA REPORTAGEM LOCAL

A recente viagem de Lula ao Nordeste, marcada por intervenções do candidato contra o sectarismo dos diretórios estaduais do partido, trouxe o primeiro resultado ontem. A Executiva do partido decidiu investir em coligações, abrindo mão de candidaturas próprias em alguns Estados.
O investimento maior será feito na Bahia, para aproveitar a insatisfação dos tucanos locais com a coligação nacional entre PSDB e PFL. "É lá que a candidatura de Fernando Henrique enfrenta o maior constrangimento e devemos apoiar o nome do PSDB baiano", afirmou Gilberto Carvalho, secretário do PT.
Não há mais, na direção do PT, a preferência por uma aliança com Waldir Pires (PSDB) em detrimento de Jutahy Magalhães Jr., que disputa com Pires a candidatura do partido ao governo estadual. "A aliança será feita com qualquer tucano", disse Carvalho.
O pragmatismo já levou as conversações até o PMDB. Na Paraíba, o PT admite apoiar a candidatura do senador Antônio Mariz (PMDB), numa coligação em que poderá ceder o vice.
O PDT, alvo prioritário do PT agora, deverá ganhar o aval de Lula em Sergipe, com a candidatura de Jackson Barreto. Até mesmo no Paraná, cresceu a possibilidade uma aliança com o ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner, que ontem se encontrou com a Executiva do PT local.
Todas as alianças estão condicionadas à não-participação do PFL nas chapas. No Rio Grande do Norte, a direção petista decidiu incentivar os entendimentos com uma frente de esquerda, descartando os nomes de Wilma Faria (PSB) e Fernando Mineiro (PT). Mas serão retomados os contatos com Wilma.
"Temos problemas para fazer as alianças, mas teremos maturidade para concretizá-las', sinalizou Lula aos diretórios que resistem à onda pragmática. Lula teme ficar isolado contra FHC.

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