São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994 |
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'Frieza' do depoimento impressiona polícia
MARCUS FERNANDES
Segundo ele, em nenhum momento os acusados choraram ou se disseram arrependidos. "Ela ria e se mostrava irônica", afirmou o investigador Marcelo Barbosa da Cruz, 28. Em seu depoimento, D.L.C. disse não ter cometido o crime por dinheiro. O pai de Andréia era dono de cerca de 50 apartamentos em Santos. "Mais dia menos dia isso ia acontecer", declarou o namorado. Ao delegado, ele contou que matou o casal com cerca de 25 facadas em cada corpo. Para matar a mãe de Andréia, D.L.C. disse que primeiro deu "diversas cabeçadas nela". Após se certificar que Deolinda estava morta, o jovem relatou que descansou "por cinco minutos sobre o corpo dela". Em seguida, ele afirmou ter ido à cozinha e comido um bife e uma maçã. D.L.C. relatou que tinha um revólver, comprado por Andréia junto ao ex-namorado, Ronald Arnaud, também preso. D.L.C. explicou não ter usado a arma "por não ter conseguido fazer um silenciador-caseiro". Andréia pagou pela arma, um revólver Taurus calibre 38, CR$ 100 mil. Além do revólver, o estudante levou um serrote. Ele disse ter tentado cortar o corpo de Deolinda, sem sucesso. Para colocar o corpo da mãe de Andréia no saco, D.L.C. disse ter quebrado a espinha dorsal da vítima, encostando os calcanhares na cabeça. Antes de serem colocados no porta-malas do Omega de Andréia, os corpos foram levados para a lavanderia do apartamento. No local, D.L.C. propôs à namorada queimar os cadáveres na churrasqueira. Ela, em seu depoimento, disse não ter concordado. Os dois ainda levantaram a hipótese de comprar cimento para ocultar os corpos no próprio apartamento. Mais uma vez houve discordância e a idéia foi posta de lado. Em seguida os dois ligaram para Arnaud e pediram ajuda para transportar os corpos. Na delegacia, Arnaud disse que se negou "por estar trabalhando no momento do pedido". Às 22h do dia seguinte ao crime, D.L.C. e um amigo –ainda não-identificado pela polícia– levaram os corpos. Utilizando "a chave de roda do carro e pedaços de pau" eles abriram um buraco e colocaram os corpos. (MF) Texto Anterior: Ex-namorado comprou arma Próximo Texto: Doença pode abreviar pena Índice |
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