São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
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Unicamp começa hoje 2º turno para reitor

FERNANDO ROSSETTI
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS (SP)

Unicamp começa hoje 2.º turno para reitor
O segundo turno das eleições para reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) –que ocorre hoje e amanhã– tem as mesmas características da escolha, no ano passado, do reitor da USP: muitas denúncias, acusações de uso da máquina administrativa na campanha e pouca discussão sobre os projetos acadêmicos para a universidade.
Ontem, às 12h30, passou em frente à reitoria uma carreata de 15 veículos, todos buzinando, entre eles o Escort do candidato de oposição, Fernando Galembeck. Ao mesmo tempo, dentro do prédio, cerca de oito membros da cúpula da administração de Carlos Vogt comemoravam a recusa da Justiça em conceder uma liminar aos seus oponentes. Portas da administração exibiam adesivos da campanha do candidato da situação, o vice-reitor José Martins Filho.
A disputa judicial ocorreu porque o terceiro colocado no primeiro turno, Francisco Reis, que, pelo estatuto, deveria participar do segundo turno, decidiu retirar sua candidatura e apoiar Galembeck. O problema é que o estatuto exige que as cédulas tenham o nome dos três mais votados no primeiro turno, mas a oposição só queria que constassem os nomes de Martins e de Galembeck. A Justiça manteve a cédula com três nomes.
A escolha de reitor prevê a formação, em eleições diretas, de uma lista tríplice, com o mais votado no topo. Nessas eleições, que ocorrem em dois turnos, os votos são ponderados: cada professor tem peso 3, cada funcionário ou estudante, peso 1. Formada a lista indicativa, o Conselho Universitário (Consu) se reúne e vota nos três candidatos.
A reunião do Consu para formação de sua lista tríplice deve ocorrer até o dia 14. Depois, ainda falta a indicação do reitor pelo governador –que ultimamente vem escolhendo o primeiro colocado da lista. A posse do novo reitor deverá ser no próximo dia 19.
Na Unicamp, ninguém arrisca afirmar quem sairá em primeiro na votação de hoje e amanhã. Martins teve 46,02% dos votos ponderados no primeiro turno, Galembeck, 30,19% e Reis, 11,95%.
A principal polarização na universidade é quanto a ser a favor ou contra a atual gestão. O fato de ser de oposição acabou juntando em torno de Galembeck votos da "extrema esquerda", como a Convergência Socialista.

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